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Coluna 12/04/24

Desmonte de chapas, revolta de candidatos e guerra por recursos: segunda fase da pré-campanha em Teresina

A política é uma corrida. E como tal, aqueles que se limitam serão sempre superados pelos que não param por nada, é ou não é? Se já é notícia velha a montagem de chapas, a coluna quer inaugurar um tema novo, portanto: a desmontagem de chapa. Sim, leitor, já começou, discretamente (pero no mucho), o trabalho de desmobilizar chapas proporcionais adversárias e, mais ainda, de pré-candidatos com maior potencial de votos, conseguirem a desistência de candidatos pequenos (de 100 a 300 votos, em média) distribuídos nos partidos em Teresina.

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Não é nada pessoal, são apenas negócios

“Essa eleição em Teresina é a lei da selva. Não foi eleição para formar partido e eleger um vereador, como era até 2020. Os pequenos (candidatos), a maioria vai desistir ou ser arrancado para apoiar alguém de outro grupo. Chapa acima de 20 mil votos pode ser que segure. Mas se tem até 18 mil votos, chance muito grande de não ser eleger ninguém e se desmanchar toda”, analisou um presidente de partido, por dentro da coisa toda, à coluna.

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Vou te fazer uma proposta irrecusável

Beleza, e como é que se “arranca” alguém de um partido? “Candidatos de 100, 200 votos, são vulneráveis e os grandes vão atrás. O desmonte já começou: 60 mil reais, 100 mil, 120 mil...”, informou um pré-candidato que também garantiu à coluna que não abre nem para um trem, independente do número escrito na placa...

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Eu caio, mas caio atirando

O fato é que osso duro de roer mesmo são os pré-candidatos médios, com potencial para mil a dois mil votos na capital. A coluna ouviu alguns dos incautos, que prometem uma verdadeira revolta se os acordos não forem cumpridos. “Os deputados federais e estaduais não têm cronograma de ajuda e a gente fica a mercê, sem saber o valor total. É muito ruim, todo dia tem lanche, gasolina da equipe. No final de semana, gasto 1500 reais e não tô dinheiro pro povo não, é custeando o básico. Última vez que meu federal me ajudou foi 5 mil reais há 40 dias. Isso é um absurdo”, relatou um pré-candidato que, caso não seja atendido, promete “não deixar pedra sobre pedra” e não deu mais detalhes.

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Libera o fundo

Uma outra fonte que irá disputar a eleição em um partido médio, alega que as siglas não têm transparência sobre quando ou quanto virá de dinheiro do Fundo Partidário: “Dizem que não sabem, mas é público e notório nos sites dos partidos que o dinheiro vai vir. Se continuarem assim, eu e outros não vamos fazer campanha e eles (partidos) vão se ‘torar’”. Ihhh... A coluna se isenta do conteúdo e só passa o recado, aliás!

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Sem paciência e sem ajuda?

“Até o Dia dos Namorados, vai acontecer muita paquera”, revelou um político com muita expertise, à coluna. Que mistério! Pode adiantar alguma coisa? “A paquera é com uns 30 pré-candidatos de três partidos de um grupo em que o tratamento dispensado aos candidatos menores não é muito amável”, respondeu a fonte. Como assim? “A turma lá é sem paciência e sem ajuda!”. E mais, não disse... Quem será?

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É tempo de colher

Deputados estão animados com o recado de que obras solicitadas há muito tempo, começarão a sair a partir da próxima semana. Houve uma parada de cerca de dois meses nos cronogramas, sob alegações técnicas, mas um parlamentar ouvido pela coluna entende que há “dinheiro sobrando” e a decisão foi estratégica para separar quem ia marchar junto de quem não ia. Os pré-candidatos a prefeito e vereador, no interior, estão soltando foguetes uma hora dessas. A coluna sempre gosta de ser portadora de boas novas (apesar disso não acontecer com a frequência necessária, fazer o que?).

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Guerra Quente

Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, é “incompetente” e “planta notícias falsas”. O presidente Lula, por sua vez, defendeu o aliado e disse que “não tem ninguém melhor que o Padilha” para lidar com o Congresso. Se tem ou não tem, o fato é que a artilharia de Lira em Padilha fez o ministro (alvo de fogo amigo, muitas vezes), ganhar sobrevida e proteção no cargo. Lula, como mostram os governos anteriores, não gosta de agir encurralado. Alexandre Padilha pode “cair pra cima” (ir para o Ministério da Saúde), mas não agora. Política é um jogo de forças e blefes. Convém não esticar demais a corda. 

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Para ler, ver e ouvir

O leitor precisa, urgentemente, começar a ouvir o podcast "A Ditadura Recontada", da Globoplay, com produção da CBN. São seis episódios, recontando as mais de 300 horas de gravações históricas feitas pelo jornalista Elio Gaspari, autor da "Coleção Ditadura" (por sinal, se não leu, leia os livros de Gaspari). Nos 60 anos da ruptura democrática no Brasil, é incontornável compreender episódios como a Guerrilha do Araguaia, o AI-5, tortura e a redemocratização, além das divisões entre os militares e o contexto que levou à queda da ditadura. Mergulho profundo e qualitativo na história brasileira. 

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Se conselho fosse bom

Quando se comprometer com algo, alguém ou alguma causa? Resposta: nunca. Seu compromisso é apenas com você mesmo. Não seja rude, apenas de desvencilhe de forma educada e vaga. Ao se comprometer, você fica preso e perde opções. Os indefesos não têm saída e precisam fazer o que lhes é imposto. Os poderosos, por sua vez, podem escolher calar ou falar, sair ou ficar. Busque depender o mínimo possível de outras pessoas e trabalhe para que os outros dependam o máximo possível de você. O poder nada mais é do que o controle dos recursos e a decisão sobre sua distribuição. Evite desperdiçar energia com as picuinhas alheias que nada vão contribuir para que suas metas sejam alcançadas.

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Cifrada da Manga com Sal

Em um comitê político de localização indeterminada, na capital de um estado acolá, está um verdadeiro Big Brother Brasil (BBB): todo dia é um eliminado. O clima é mesmo tenso entre os brothers. Uma fonte que frequenta o local, informa à coluna que os momentos mais “leves” são de vereador xingando vereador e parlamentar ameaçando o outro de morte. Ninguém se entende e, para completar, um líder político, assistindo tudo do camarote, resolveu acalmar os ânimos assim: “Menino, traz minha manga com sal!”. E ficou comendo a fruta enquanto a turma arrancava os cabelos... Em política, tem que ter sangue frio (mas não precisava ser tanto, né?)!

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Foto do dia

Ruivo, o vereador Venâncio Cardoso está reforçado no protetor solar fator 120. Motivo: anda na cola, direto, do deputado Fábio Novo na pré-campanha petista em Teresna. Ele destacou o Plano de Governo de Fábio e vaticinou: “Fábio será para Teresina o que Rafael é para o Piauí”. Ele pontua que dos 178 compromissos assumidos durante a campanha de Rafael, 80 foram concluídos em um ano de gestão. “O Fábio seguirá esse modelo de gestão de foco e resolutividade. Especialmente em uma das demandas que mais tenho escutado da população teresinense, a longa espera por marcação de consultas com especialistas na rede de saúde pública da nossa cidade”, argumentou Venâncio. Na política, os planos do filho da conselheira do TCE-PI, Flora Izabel, também são altos. Mas isso é assunto para outro dia, em outra coluna.

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A frase para pensar

“Deus deve amar os homens medíocres. Fez muitos deles”, Abraham Lincoln (1809-1865), ex-presidente dos Estados Unidos.

 

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