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Coluna 11/04/24

Nova fase da pré-campanha: estrutura ou discurso? Quem leva?

A colunista pode pedir ao leitor um pequeno favor? Por favor, coloque na sua cabeça: as eleições são governadas por princípios. Grife essas palavras, guarde o dia que as leu e no final da eleição venha aqui ver se faz sentido. A primeira lei da economia é a escassez: nunca há suficiente de alguma coisa, para satisfazer plenamente todos que a querem. Numa eleição, é assim: não tem voto para todo mundo. O político precisa do voto do eleitor preferencial do seu adversário. Não há outro jeito. Dessa forma, as vitórias são definidas por duas forças: identidade ou dependência. Ou o eleitor se identifica com as ideias daquele político, ou depende - emocionalmente ou financeiramente – dele. Essa é a fórmula que popularmente se comenta no mundinho da política: o que vence eleição é discurso ou estrutura. Quem tem os dois, melhor ainda.

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Check-list 

Os desafios são muitos: fazer o nome ser conhecido, o cargo e depois, o diferencial do candidato num mar de santinhos. Por que algumas candidaturas prosperam e outras não? Depende do seguinte: 1) a história de vida do candidato, 2) dedicação às causas da comunidade, 3) talento pessoal (não pode ser confundido com talento artístico, não tem nada a ver), 4) proposta de trabalho e 5), partido político. Parece romantismo da colunista, talvez seja, mas é preciso um negócio chamado "verdade". Todo político é um ser humano, por mais que não pareça. Não adianta tentar "inventar uma história de vida" ou um histórico social que nunca existiu. Quem faz isso pode até se eleger, mas não prospera na política.

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Não existe terceira via

E terceira via, tem chance? Não existe “terceira via”. Há duas vias, e um terceiro nome que tenta se colocar com mais chances, na verdade luta para estar entre as duas principais opções do eleitor. Ou se é Governo, ou se é oposição. O ator político mais legítimo no papel, leva. Políticos que tentaram ser “nem uma coisa nem outra”, amargaram a posição de coadjuvantes. Os resultados dos primeiros turnos no Brasil ao longo do tempo mostram o tamanho da tal “terceira via”: 1994 (7%); 1998: 11%;  2002: 18%;  2006: 7%; 2010: 19%; 2014: 21%;  2018: 12%; 2022: 4%.

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Anote, para não esquecer

Lição de casa: quem mais se destaca na pré-campanha é quem aparece constantemente, mas sem falar de política (!). A verdade é que as pessoas votam na representação da sua melhor versão de desejos e personalidade (que elas dificilmente vão alcançar), embaladas em uma vitrine que funciona como espelho. As pessoas votam nelas mesmas. (A coluna não sabe dizer se isso é um bom sinal).

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Votos do caso Chiquinho Brazão

O deputado federal Júlio Arcoverde (Progressistas), explicou à coluna por que se absteve de votar sobre o pedido de manutenção da prisão de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), deputado federal preso suspeito da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. Do Piauí, Jadyel Alencar (PV) votou contra, Júlio Cesar (PSD) e Florentino (PT) estavam ausentes e os demais foram a favor na última quarta, 10, na Câmara dos Deputados.

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Júlio explica abstenção

“Sou do Conselho de Ética (da Câmara dos Deputados), por isso me abstive de votar, porque o processo vai começar próxima semana a ser analisado. O meu voto no plenário poderia antecipar minha tendência de voto no Conselho de Ética”, explicou Júlio Arcoverde à coluna.

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Jadyel fala

O voto contrário do deputado Jadyel Alencar à manutenção da prisão de Brazão, por sua vez, teve explicação dada por ele em suas redes sociais: “Jamais votei contra a punição e a prisão. Eu votei contra o que fizeram com a Constituição Brasileira, a maneira que o STF – com todo o respeito que tenho à instituição – conduziu a prisão do deputado federal Brazão. Ele deve ser preso, julgado e condenado, quando o processo de cassação dele chegar nessa Casa. Sou a favor da prisão, mas de maneira legal”, argumentou Jadyel. 

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Saia por bem ou por mal

Ah, o PV nacional disse que ia expulsar quem votou pela soltura de Brazão, o que seria uma redundância. Jadyel já recebeu a carta de anuência para desfiliação partidária. O comando da sigla, no entanto, quer que Jadyel saia “imediatamente”. “Caso não se desligue imediatamente, optaremos pela expulsão”, destacou o presidente nacional do PV, José Penna.

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Carta do leitor à colunista

Listas, sempre tão polêmicas... apesar da última lista de projeções de votos, divulgada pela coluna (volte uma edição), ter sido até bem recebida (algumas figuras políticas disseram ser a “projeção mais realista do momento”), há algumas respostas. Por exemplo, fonte do Republicanos afirma que a sigla não elege um vereador em Teresina. Elege dois. “A chapa está completa, acredito que faça dois, com certeza. Tem ‘surpresas’ na nossa chapa”. Ah... e quais as surpresas? A fonte disse que não podia falar, afinal, é surpresa. Então tá bom.

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Esqueceu do Agir, foi?

Partido que não consta na lista daqueles que podem eleger um vereador em Teresina, o Agir foi bravamente defendido pleo seu presidente, Gustavo Henrique. “Conseguimos montar uma chapa muito boa no Agir, e é porque não mandei todos os nomes. Minimamente uma vaga e podemos sonhar com a segunda também. Temos mais de 12 mulheres para concorrer como vereadoras. O golpe que tentaram contra nós não deu certo. Conseguimos sair do PRTB a tempo ”, argumentou Gustavo. Feito o registro.

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Se conselho fosse bom

As pessoas estão o tempo todo lhe testando. Seja com pequenos comentários maldosos, passivo-agressivos, ou “brincadeiras” que na verdade querem apenas lhe atingir e desequilibrar. Não tolere o mínimo desrespeito, pois uma vez ultrapassados certos limites, eles irão, de maneira gradativa, lhe desrespeitar mais e mais. Proteja sua dignidade e mostre, com frieza e rapidez, que há um custo em ter você como inimigo. Algumas pessoas são tão frágeis que cortam o próprio braço para evitar um corte de papel. Não tenha medo de desagradar quem está tentando lhe atingir.  

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Cifrada do Impulsivo

Um político tido como favorito para levar um disputado prêmio, tem sido alvo de preocupações intensas em seu entorno. É que o homem tem tudo o que se busca para vencer: bastante conhecido e respeitado pelo histórico do passado. Mas (sempre tem um “mas”), os aliados estão de cabelo em pé com a personalidade “forte” (eufemismo) da figura: “É preciso ter autocontrole”, ponderou um aliado de primeira hora após um episódio polêmico. A ordem é tentar blindar o político. O problema é que ele não curte obedecer ordens... 

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Foto do dia

Saldo da reunião entre o deputado Jeová Alencar, o suplente Gessivaldo Isaías, ambos do Republicanos e o deputado federal Júlio Arcoverde, com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, em Brasília: a sigla agora está firme e forte com Jeová Alencar, pré-candidato a vice de Sílvio Mendes (União Brasil). Jeová cuida de Teresina, e o deputado federal Jadyel Alencar fica com o interior. “Deram 100% de garantias para a chapa Sílvio e Jeová”, contou uma fonte. Até aí tudo bem... O bicho pega é na parte da federação entre Republicanos e Progressistas, que sai mesmo até o final desse mês. A divisão de comando entre Jeová e Jadyel pós-federação, promete um capítulo à parte por motivos óbvios: Jadyel Alencar é Fábio Novo e Rafael Fonteles (PT) e Jeová é time Sílvio e Ciro Nogueira (Progressistas). Um pouco complicado...

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A frase para pensar

"Eu sou livre, não importa quais regras estejam ao meu redor. Se eu as considero toleráveis, eu as tolero; se eu as achar muito desagradáveis, eu as quebro. Sou livre porque sei que só eu sou moralmente responsável por tudo que faço”, Robert A. Heinlein (1907-1988), escritor norte-americano.

 

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