Quem não faz, leva: o raio X de Parnaíba, Picos, Floriano, Piripiri e Teresina

Mapeados como o G5 - os cinco maiores municípios em termos de eleitores do Piauí - Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano e Piripiri - decidirão qual grupo político terá mais facilmente a hegemonia em 2026: o do governador Rafael Fonteles ou o do senador Ciro Nogueira (Progressistas). Quem vencer neles, tem o maior eleitorado ao seu lado, fato. A coluna ouviu fontes nas regiões e traça o cenário, com pontos fortes e fracos de cada grupo:

• Parnaíba: “É uma incógnita, totalmente em aberto”, resumiu um político com votos na região. A única coisa que é possível precisar é que o candidato do governador, o deputado Dr. Hélio (MDB), está na disputa. A questão é com quem: “Se é com o candidato do Mão Santa ou o Zé Hamilton (PSD), que está tentando segurar. Lembra o que MDB fez com Wellington Dias e o Jônatas Nunes em 2002? O MDB correu pro W.Dias porque era o único jeito de ganhar do Hugo Napoleão”.

A banca de apostas indica que Dr. Hélio tem a maior parte de vereadores de mandato e apoio forte e declarado de Rafael Fonteles, mas precisa “empolgar mais” os próprios aliados. Pois é... Desafio: a popularidade do prefeito Mão Santa, que não pode ser ignorada, mas que também precisa ser transferida ao seu escolhido, Francisco Emanuel.  

• Picos – Em Picos, integrantes da base aliada falam em “nadar de braçada” com a pré-candidatura do deputado Pablo Santos (MDB), mas em política, só acaba quando termina, não é mesmo? Pablo, de fato tem 11 dos 15 vereadores e foi o deputado estadual mais votado em 2022. O prefeito, Gil Paraibano (PP), busca a reeleição, é bastante conhecido e tem a máquina a seu favor. Mesmo assim, é o local em que há menos pontos de preocupação no mapa governista até agora.

 

• Floriano - Ponto positivo para o petista Marcos Kalume é a quantidade de vereadores e apoio do Governo estadual. Ele tem 10 dos 15 parlamentares e foi o deputado que ultrapassou os 10 mil votos, votação histórica para deputado estadual em Floriano. “Mas tem as queixas do lado dele, a turma quer mais diálogo e que ele abra as bases dele. Segurar as bases é indício de que terá um candidato seu em 2026 ou de que pode perder”, admitiu um nome do círculo do poder.  

Já o prefeito Antônio Reis Neto (PSD), tem buscado uma nova roupagem de pré-campanha, com um apelo popular. Sua principal qualidade nessa etapa da jornada é justamente poder trabalhar com mais visibilidade os pontos fortes da gestão. O prognóstico é de que, se tinha, hoje não há um amplo favoritismo de nenhum dos lados.  

• Piripiri – “Não é Picos, mas está melhor que Floriano”, comparou um interlocutor da roda de conversas privilegiada. A prefeita Jôve Oliveira (PT) tem carisma e o apoio também declarado do governador Rafael Fonteles. Já o ex-prefeito Luiz Menezes (PSD), trouxe para seu lado o apoio de um ex-adversário histórico, Dr.Pinto. “Do G5, vejo que é a cidade que menos se deu atenção. Ou não sentiu que precisava irem mais ou estão ocupados com outras coisas”, analisou a fonte, em reserva, que aposta numa intensificação de agendas com obras nas próximas semanas. 

 

• Teresina – “Risco é achar que a coisa está resolvida e não caprichar”, argumentou um político que tem feito agendas com o petista Fábio Novo na cidade. A popularidade de Sílvio Mendes (União Brasil) é inegável, e articulação do vice, Jeová Alencar (Republicanos), equilibra pontos em que Sílvio é mais refratário, como os acordos políticos. 

Já Novo, tem penetrado progressivamente no eleitorado que antes ele não tinha: lideranças historicamente ligadas aos tucanos, evangélicos e militares. “É um eleitor que não votava no PT, tem peso dobrado e está tirando do lado de lá”. A coluna irá analisar o caso de Teresina com mais profundidade na edição de amanhã. O leitor faça o favor de aguardar, por gentileza.

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Ximenes fica

Circulou forte nos bastidores a informação de que o secretário municipal de Educação (Semec), Reinaldo Ximenes, poderia deixar o cargo. A coluna foi confrontada pela pergunta por diversas fontes e resolveu checar com um interlocutor privilegiado do Palácio da Cidade. “Rapaz, não vai cair não. Continua secretário”. Ah, bom...

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Um era com “N” e o outro com "X"

 “Mas a situação do Ximenes está igual a do Nouga (Cardoso, ex-secretário)”, completou a fonte, quando a colunista já pensou que a conversa tinha encerrado com um final feliz. Como assim “igual ao Nouga”?. “A diferença é que o Nouga começava com a letra N e o Ximenes com X, mas são as mesmas questões”. Como se sabe e apenas a título de contextualização, uma grande questão na Semec são os compromissos com fornecedores e pressões políticas.

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Senta que lá vem história

Aos 22 anos, Napoleão Bonaparte parecia ainda mais novo e era constantemente ridicularizado por sua altura. Chegou a desafiar um rival para um duelo, mas o outro nem achou relevante comparecer. Vivendo em um mundo onde a trapaça, força bruta e traições prevaleciam, ele soube se virar.

Ao dar ordens, no início da carreira, era objetivo, sucinto e assertivo, sem precisar ficar explicando por que deveria ser obedecido. No meio de uma guerra, isso era ouro. As pessoas precisam seguir quem pelo menos dá a impressão de saber para onde está indo. A estabilidade sob fogo e a autoconfiança de Napoleão – aliadas ao desejo de não chamar tanto a atenção a ponto de perder seus comandos criando inimigos desnecessários - era um imã de poder. 

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Se conselho fosse bom

Quando você joga xadrez, não deve ficar se perguntando por que as peças se movem de uma determinada maneira. Aprenda as regras e jogue. No jogo da vida, tudo gira em torno da novidade. O ser humano é volúvel nos julgamentos e afeições. Por isso, quando tudo parecer comum e saturado de normalidade, tenha um lapso de imprevisibilidade. Até mesmo aquilo que é excelente, se desgasta e o prazer vira irritação. Contudo, tenha cuidado para não cair no ridículo. Sempre que sentir o esgotamento de uma situação, busque renovar a si mesmo. É a melhor forma de encontrar frescor no banal. 

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Cifrada da Escolinha

A colunista precisa conversar com umas dez pessoas diferentes para escrever uma mísera nota que preste. No meio dessa empreitada, ligou à noite para um secretário estadual que respondeu baixinho no celular: “Te ligo depois, estou na aula”. Como fã do Ensino, não importa a idade, a coluna ficou curiosa a respeito da aula. “Rapaz, estão tirando o couro da gente. É um curso de gestão em alta performance que o Governo banca pros secretários. Três secretários chegaram atrasados e foram barrados no baile. Se passar de 15 minutos não entra e não pode sair antes de acabar”. Será se o pessoal realmente presta atenção ou só finge? Puxado...

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Foto do dia

Passou meio batido no Piauí o comentário do professor de Harvard e ex-ministro Roberto Mangabeira Unger. Mangabeira vem a ser ex-ministro da secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) dos governos anteriores de Lula e Dilma. Pois bem, no meio de falas controversas sobre Bolsonaro, ele se saiu com essa: “A meu ver, ele (Lula) não deveria ser candidato à reeleição. Ele deveria abdicar e apoiar um outro candidato, que poderia ser um dos governadores petistas no Nordeste, porque o PT é hoje essencialmente um partido nordestino. Eu até sugeri o nome Rafael Fonteles, o governador do Piauí, que é um governador que tem sensibilidade para a causa de desenvolvimento sustentável e produtivista”. Rafael Fonteles e Mangabeira, ao que consta, só se encontraram pessoalmente uma vez quando Fonteles deu uma palestra em Nova York. Interessante. 

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A frase para pensar

“Seja regular e ordeiro em sua vida, para que possa ser violento e original em seu trabalho”, Gustavo Flaubert (1821-1880), escritor francês.