José Dirceu diz que vai às cortes internacionais contra Mensalão

O ex-ministro José Dirceu, ao chegar no Real Palace hotel, em Teresina (PI), informou que vai recorrer da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a cortes internacionais. Acusado de participar do esquema do "Mensalão", ele reafirmou ser inocente e classificou a ação penal 470 como um "Frankenstein". Fotos: Yala Sena/Cidadeverde.comCerca de 200 militantes e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores participam do encontro com Zé Dirceu no Piauí. Entre eles estão o senador Wellington Dias (PT-PI) e os deputados estaduais Cícero Magalhães e Flora Izabel. A suplente do senador, Regina Sousa, coordena a conversa dos presentes com o ex-ministro. Zé Dirceu iniciou sua palestra dizendo: "Não foi dessa vez que me derrubaram". Segundo o petista, o processo do Mensalão desrespeitou garantias individuais, o que o fará buscar todas as instâncias para contestar a condenação. Ele garantiu que se levantaria contra as decisões do Supremo mesmo que não fosse réu. O petista classificou o julgamento como um ato político contra as gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a atual presidente Dilma Rousseff. Para José Dirceu, o objetivo da ação era o impeachment de Lula. Ainda sobre o Mensalão, Dirceu disse que foi linchado publicamente e o julgamento do STF viola a Constituição Federal. José Dirceu ainda avaliou os 10 anos de PT na Presidência da República. O ex-ministro afirmou que confia na reeleição de Dilma Rousseff em 2014 e vê o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), como um possível candidato na sucessão. DefensivaO ex-ministro em discurso a militantes petistas em Teresina, disse que o PT está hoje na "defensiva" no embate político nacional.Nesse cenário, disse o petista, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), vem ganhando terreno com um discurso crítico ao governo Dilma Rousseff.Recebido como ídolo por cerca de 200 petistas na capital piauiense, o ex-ministro da Casa Civil de Lula disse que há hoje uma "disputa política sobre os rumos do Brasil", em que "o PT está na defensiva e a direita, avançando"."Inclusive tem candidato dizendo que se tiver crise econômica e que a Dilma for impopular será candidato. Dizendo que a crise está chegando no Brasil. A crise já chegou há muito tempo. Quando foi que o Brasil nunca teve crise?", questionou o petista, que classificou como "factoide" as críticas ao governo pela persistência da inflação, simbolizadas na opinião pública pela alta do tomate.Dirceu afirmou que Dilma vencerá em 2014, mas apresentou previsões que colocam a possibilidade de Campos ir ao segundo turno."Vamos partir do princípio que temos 45% dos votos e 7% terão os cinco candidatos pequenos. Os tucanos têm 20% dos votos, mas Eduardo Campos pode roubar 5 a 10 pontos deles. Os tucanos podem ir para um desastre nessa eleição. A Marina [Silva] e Eduardo [Campos] têm 10% a 15%, qualquer um deles pode ir para o segundo turno", disse."Não é só de quem vai ser presidente da República, mas as candidaturas estão vindo como alternativa ao modelo de desenvolvimento e política econômica nossa. Inclusive a candidatura de Eduardo Campos. É só ler o que está escrito nos jornais hoje e ontem", afirmou.Yala Sena (flash)Fábio Lima (Da Redação)redacao@cidadeverde.com