Presídios: Sinpoljuspi atribui motins a novo padrão de disciplina

O Sindicato dos Agentes Penitenciários da Secretaria de Justiça do Piauí (Sinpoljuspi) disse que esses vários tumultos e motins realizados nos presídios da capital, desde domingo, ocorrem devido ao novo protocolo implantado as unidades pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que deixa mais rigorosa a disciplina dentro dos presídios. “Está havendo um controle mais rigoroso, cobrada mais disciplina, mas só é possível realizar isso se o governo nos der estrutura. Os presídios do Piauí são muito frágeis”, destacou o diretor administrativo do Sinpoljuspi, Kleiton Holanda.Fotos: Carlos Lustosa/Cidadeverde.comO Sinpoljuspi anunciou que houve uma agitação da Colônia Agrícola Major César no domingo e na segunda-feira teve um motim na Major César e também um problema na Casa de Custódia e ontem novamente na Major César. Na última segunda-feira, os agentes penitenciários descobriram que os presos da cela 9 do pavilhão C, estavam quebrando uma laje. Os próprios agentes conseguiram retirar os detentos do local e transferiram de cela. Foram encontradas teresas (cordas enroladas) e vergalhões que foram arrancadas da estrutura que estavam sendo usados para cavar o buraco. A rebelião de ontem(28) na Colônia Agrícola Major César só terminou por volta das 3 horas da manhã, quando identificaram e transferiram os três líderes do motim.  Rigidez na disciplina O Cidadeverde.com teve a informação de que o conflito aconteceu porque foram entregar as novas roupas padronizadas para os detentos. Eles se recusaram a vestir e jogaram as roupas para fora das celas.   O vice-presidente do Sinpoljuspi, Wellington Rodrigues, essas mudanças estão sendo implantadas na penitenciária Irmão Guido estão acontecendo sem uma preparação dos presos e dos agentes penitenciários. “Não somos contra a implantação desse protocolo, mas tem que haver uma preparação, porque do jeito que está sendo feito, os detentos não aceitam. Está sendo diminuída a quantidade de mantimento, a quantidade de dinheiro nas celas e as visitas tem de ser identificadas”, declarou. O presidente do Sinpoljuspi, Vilobaldo Carvalho, ressaltou que antes de implantar medidas disciplinares, a Irmão Guido deveria passar por melhorias na estrutura. “Precisa dar estrutura para colocar em prática, como solucionar a questão da água que há um ano e dois meses é fornecida por carro pipa, falta agentes penitenciários, policiais para guarda. Precisa arrumar o esgotamento sanitário, porque as fossas estouram constantemente. Se melhorasse a estrutura e o atendimento visitantes ai sim, poderia aplicar as medidas”, destacou. A mulher de um detento, que está na penitenciária Irmão Guido há sete meses por tráfico de drogas, denuncia as torturas físicas e psicológicas pelas quais passam os presos e a falta de estrutura do presídio. “A gente não é contra o sistema, mas eles estão fazendo tortura física e psicológica, reduzindo a comida pela metade. Tem o caso de um preso que saiu daqui com convulsões, mas nenhum deles vai dizer que foi torturado, se estiver ao lado do agente. Queremos que o secretário, Direitos Humanos, a OAB, façam alguma coisa”, disse a mulher que não quis se identificar. Flash de Carlos LustosaRedação Caroline Oliveiraredacao@cidadeverde.com