Apenas cinco deputados participam de seminário sobre saneamento

O seminário institucional sobre a revitalização do saneamento no Piauí  - realizado nesta manhã na Assembleia Legislativa do Piauí - foi bastante prestigiado por técnicos, profissionais da Agespisa e gestores do setor, interesse que faltou aos deputados estaduais do Piauí. Apenas quatro de 30 parlamentares participaram das discussões: Evaldo Gomes (PTC), João de Deus (PT), Merlong Solano (PT) e Chico Ramos (PSB), além do deputado federal Jesus Rodrigues (PT).Na oportunidade, foram apresentados dados e a realidade do saneamento no Estado. Um dado curioso é que nos últimos 14 anos, a Agespisa teve 12 presidentes diferentes. Segundo o engenheiro Florentino Filho, o grande problema da utilização dos recursos públicos é de gestão. "Há muito dinheiro contratado, disponível, é preciso que os gestores se preocupem em enfrentar a burocracia para realizar as obras. Teresina tem mais de R$ 260 milhões contratados e o Piauí tem mais de R$ 400 milhões de recursos do Orçamento da União e de empréstimos para obras em abastecimento de água e esgotamento sanitário", informou.Florentino explicou ainda que Teresina está há dois anos esperando a desapropriação de um terreno para construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) para ampliar a cobertura de esgotamento de 17% para 53%. Segundo ele, os 46% restante já possuem a estrutura de esgotamento construída, faltando apenas a construção da ETE para fazer a interligação da rede. "Fomos informados que o decreto de desapropriação do terreno foi assinado há poucos dias, se a gestão da Agespisa for eficiente em um ano teremos essa cobertura de 53% em funcionamento", explicou.Sobre os problemas de abastecimento de água, o engenheiro Florentino Filho apontou um plano de controle de perdas de água como a solução para o problema. Ele explicou que no contrato de programa em que a Prefeitura de Teresina repassou o saneamento para a Agespisa, ficou definido que em 2031 a produção de água deve ser 70% menor que o atual. Isso porque está previsto um controle de perdas. "A cobertura de água em Teresina é de quase 92% e temos uma produção altíssima", pontuouO ex-presidente da Agespisa, Merlong Solano, explicou que para construir as obras que contam com recursos garantidos é preciso enfrentar o excesso de burocracia, a pouca capacidade técnica de elaboração de projetos pela Agespisa e a pouca capacidade de gerenciamento de grande porte. Segundo ele, a desmotivação dos profissionais diminuiu a capacidade de execução de obras de grande porte, que já era pequena."Na minha época, conseguimos estabelecer metas para o aumento da arrecadação e controle da despesas. A arrecadação continua crescendo, mas parece que houve um descontrole na despesa, que está crescendo mais percentualmente que a arrecadação. Minha sugestão passa pelo problema de pessoal da empresa. Também é preciso acabar com as disposições graciosas e construir um plano de carreira que permita renovação de parte da força de trabalho", afirmou.redacao@cidadeverde.com