HU: médicos ameaçam entregar cargos e denunciam UTI precária

Os médicos que trabalham na UTI do Hospital Universitário estão prometendo entregar os cargos à reitoria da Universidade Federal do Piauí. A categoria alega falta de condições de trabalho. O presidente da Associação de Medicina Intensiva, Kelson Veras, afirmou que a situação também é grave no HUT e na maternidade Ciamca.No HU, há carência de equipamentos básicos na UTI que garantam a recuperação dos pacientes, segundo o médico. "Eles estão revoltados com as condiçoes de trabalho. A única maneira do médico intensivista se manifestar é entregando os cargos porque não podemos fazer greve. Temos carência de equipamentos básicos. No momento não é seguro internar no HU porque não temos uma UTI para a recuperação de casos mais graves", disse em entrevista ao Jornal do Piauí.O reitor da UFPI, José Arimateia, foi até o HU na manhã de hoje e disse desconhecer o pedido de demissão em massa e negou que o hospital não estivesse funcionando. "O hospital está funcionando normalmente. O que está acontecendo é a mudança de algumas pessoas do cargo, mas isso é normal. No momento, estamos oferecendo apenas 10 leitos de UTI porque só temos uma equipe de intensivistas. Vamos contratar uma outra equipe e aexpectativa é de no final do ano que vem termos aumentado. As pessoas que marcaram consultas podem ficar tranquilas", declarou.O médico Kelson Veras ressaltou que não há como garantir que os pacientes estejam com atendimento 100%. "Posso garantir que não há como nem funcionar os 10 leitos, imagine abrir mais 10. UTI não significa uma sala com uma placa e camas. Há uma legislação que exige requisitos mínimos", avaliou.HUT e CiamcaAinda de acordo com o presidente da associação, esses dois hospitais passam por problemas semelhantes ao HU.No caso do HUT, os intensivistas estão sob ameaça de terem cortes nos salários. Por isso, criarão uma associação para lutar por melhorias. Já os profissionais do Ciamca reclamam que falta estrutura. "Quero aproveitar para ressaltar que nesse momento as UTIs do HUT e Ciamca passam por problemas semelhantes que não garantem a segurança dos pacientes internados e colocam os profissionais responsáveis por qualquer coisa que venha a acontecer. Ontem os médicos decidiram formar uma associação em virtude de não verem os seus pleitos atendidos. Eles brigam por condições de trabalho. O que falta em relação a equipamentos e estrutura é principalmente no Ciamca. No HUT vai haver uma redução salarial e é inaceitável por parte dos colegas", finalizou.Leilane Nunesleilanenunes@cidadeverde.com