Jesus Rodrigues pedirá explicação ao PT sobre pré-candidatura de Rejane

O deputado federal Jesus Rodrigues Alves (PT) informou hoje (31) que vai apresentar um documento à direção regional do Partido dos Trabalhadores sobre a pré-candidatura da deputada Rejane Dias a deputada federal.O deputado vai questionar ao Diretório Estadual do PT a candidatura de Rejane Dias, mulher do senador Wellington Dias (PT). Caso seja confirmada a pré-candidatura da petista, Jesus Rodrigues será um dos parlamentares prejudicados na aliança PT/PP/PTB.Raoni Barbosa/Revista Cidade VerdeAlguns setores do próprio partido questionam a candidatura de Rejane, já que seu marido, o senador Wellington Dias, é o cabeça de chapa e sua candidatura beneficiaria a família Dias em detrimento de outros nomes fortes dentro da sigla. Na semana passada, Rejane comentou que não é a primeira vez que é colocada nesse tipo de "boato". A deputada afirmou que é um nome independente de Wellington e tem uma história de trabalho como gestora pública e como parlamentar e isso a credenciaria a pleitear a candidatura. Jesus prefere não opinar, mas afirmou que entregará um documento à direção do partido e comparou o caso a Marcelo Castro (PMDB), candidato a governo que descartou a pré-candidatura de seu filho Castro Neto a deputado federal.O deputado lembrou também o próprio caso, em 2006, em que tinha uma candidatura pronta para ser colocada na rua e recuou por conta da estratégia do partido para aquela eleição."Eu estou produzindo um documento formal para entregar na direção do partido e não queria me manifestar. Considero que todas as pessoas que são filiadas têm o direito de ser candidatas. O problema é que costuremos essa candidatura de forma que ninguém seja prejudicado. Vamos construir uma chapa equilibrada. Qualquer filiado tem o direito de buscar sua candidatura. Temos que ter coerência com as posições que temos há tempos que vamos construindo ao longo dessa vida. Eu tinha uma candidatura pronta para 2006 e pela estratégia daquele momento retirei e depois fui candidato. Então, pelas estratégias do partido é que vamos definir o que é melhor", afirmou."Fio desencapado"Jesus Rodrigues comentou ainda que existem "fios desencapados" na chapa governista. Um desses fios é o vice-governador Zé Filho (PMDB). Para Jesus, Zé Filho ficou magoado com a retirada de sua pré-campanha ao governo e poderá, quando assumir o Karnak, mudar as regras do jogo.É com essa possibilidade que o PT trabalha para, até o último minuto, tentar conseguir a adesão do PMDB ou parte dele para a campanha petista. "Vejo muito fio desencapado nessa coligação. É danado para dar curto circuito. Nosso vice-governador é um exemplo. Eu não tenho ideia de como ele pode se comportar. Eu acho que esses compromissos dele com o governador ainda não estão definidos. Ele não disse que saía de vez. Vejo que ainda tem uma mágoa dele com o tratamnento de Wilson Martins. Se fosse eu estaria magoado e teria manifestado antes. Ele teve suas possibilidade de atuação muito restritas, muito diferente de Wilson Martins no governo Wellington. Wilson cortou as asas e amarrou os pés de Zé Filho e deixou ele quieto. Algumas coisas teriam que acontecer: lançado Marcelo e se não apresentar bom desempenho na campanha até 05 de abril, Zé Filho assumindo, ele dizer que quer a vez para tentar se viabilizar até junho. Isso pode acontecer", analisa. Outro fio desencapado seria o próprio governador, que está sempre ao lado de Marcelo Castro, mas tem simpatia pela candidatura de Sílvio Mendes (PSDB). "O próprio Wilson abraça Marcelo, mas arrasta asa para a candidatura de Sílvio Mendes. São fatos que podem mudar a conjuntura de uma coligação tão ampla como essa", finaliza.ProcessoCom a provocação de Jesus Rodrigues, o Diretório do PT terá que se reunir e encontrar uma solução para o questionamento. A executiva poderá conversar com os dois e deixar que eles entrem em consenso. Se não houver acordo, o Diretório terá que bater o martelo sobre as candidaturas. Matéria relacionadaRejane diz que "boato" atrapalha e nega desistência de candidatura Leilane Nunes e Yala Senaredacao@cidadeverde.com