Pai de Fernanda desabafa e diz que coletiva dos peritos foi "degradante"

Após a Polícia Civil do Piauí apresentar a autópsia psicológica de Fernanda Lages, feita em Brasília (DF), e apontar que a jovem cometeu suicídio ao cair de um prédio em Teresina (PI) no ano de 2011, o pai da estudante, Paulo Lages, disse que irá aguardar o posicionamento do Ministério Público sobre o caso para adotar providências. Ainda crente na tese de homicídio, o ex-vereador do município de Barras afirmou que a coletiva feita nesta segunda-feira (17) para anunciar o resultado da investigação foi "degradante". Paulo Lages, pai de Fernanda"Eu tive esse desprezar de acompanhar (a coletiva). Na realidade, o comentário que eu posso fazer é que foi degradante", declarou Paulo Lages, que levanta contradições sobre o caso. Fernanda Lages foi encontrada morta em agosto de 2011 nas obras da nova sede do Ministério Público Federal no Piauí. O caso saiu da Polícia Civil inconcluso e recebeu relatório da Polícia Federal apontando que a jovem teria pulado ou caído acidentalmente do último andar do prédio. O Ministério Público do Piauí pediu novas diligências. Nesta segunda-feira, a psiquiatra Maria da Conceição Krause, do Distrito Federal, defendeu a tese de suicídio declarando ter ocorrido um declínio do seu humor meses antes da morte, com sintomas de bipolaridade. Citou entre os fatores o consumo elevado de bebidas alcoólicas e os relacionamentos que ela teria tido com vários homens, até mesmo desconhecidos. "A Fernanda morava na casa de barrenses, na casa da sobrinha do ex-deputado José de Ribamar Pereira. Ela adquiriu novas amizades, mas nunca deixou o convívio da família", disse o pai. "Isso tudo deixa a família abalada. Arranca os pulmões da gente como se estivesse rasgando". Matérias relacionadasSempre tem gente para duvidar, diz Robert sobre Caso Fernanda James Guerra: Caso Fernanda está juridicamente encerrado Peritos afirmam que Fernanda Lages se jogou sentada do prédio Autópsia psicológica revela que Fernanda Lages tinha perfil suicida Paulo Lages ainda questionou os estudos que apontaram os testemunhos do vigia da obra como verídicos e levantaram dúvidas sobre o depoimento do segurança que passou do outro lado da avenida. "A testemunha que reconheceu a Nayra (amiga de Fernanda que foi com ela até a obra), estão tentando de todo jeito desqualificá-lo e qualificar uma peça como esse vigia (seu Domingos)", afirmou Paulo Lages, lembrando que os depoimentos de seu Domingos no início das investigações foram contraditórios. Na coletiva, a psiquiatra disse ter se comovido com o depoimento do pai de Fernnada. “A maioria das pessoas, parentes de suicidas, que não deixaram bilhetes não consegue acreditar no suicídio porque dizem que a pessoa que morreu nunca cometeria o ato sem avisar. Mas, acontece que essa pessoa já está psicologicamente morta e para deixar um bilhete ela ainda iria ter que apresentar algum contato com a vida. Não é que ela não amava a família, ela amava tanto que pediu para falar com o irmão na tarde anterior à sua morte e tinha como senha do computador o nome do pai, da mãe e do irmão, mas naquele momento tinha desaparecido tudo que era vida na Fernanda”, justificou.Fábio Limafabiolima@cidadeverde.com