Mesmo no "inverno", teresinense tem que beber muita água

Engana-se quem pensa que deve consumir menos água só porque as temperaturas estão um pouco amenas em Teresina. Com médias em torno de 30 graus, ainda é altamente recomendada a ingestão de grandes quantidades de água diariamente, como forma de prevenir vários problemas, entre eles o incômodo cálculo renal, que tem incidência aumentada em lugares de altas temperaturas.O alerta vem do urologista Giuliano Aita. Ele explica que a doença atinge 5% da população mundial, sendo que ataca três vezes mais homens que mulheres. "A maioria dos casos é diagnosticado em pessoas entre 30-50 anos de idade, mas o ideal é que, desde a infância a pessoa seja orientada a ingerir muita água, justamente para evitar problemas futuros. E em um lugar quente como o Piauí, essa orientação tem que ser prioridade sempre. Não dá para pensar em beber menos água só porque o dia está com temperatura mais amena. Ainda assim, o calor de 30 graus é suficientemente forte para nos manter sempre alertas", diz o especialista.  De acordo com dados recentes, aproximadamente uma em cada 200 pessoas desenvolvem pedras nos rins. Cerca de 80% eliminam a pedra espontaneamente, junto com a urina. Os outros 20% restantes necessitam de alguma forma de tratamento. Geralmente, 50% das pessoas que já sofreram um episódio de cálculo renal podem também desenvolver a doença novamente, num prazo de 5 a 10 anos; por isso, é importante manter as medidas preventivas. "E entre essas medidas, não adianta substituir a água por outros líquidos, como refrigerantes e café, por exemplo. A água é sempre a melhor opção", acrescenta Aita.Mas de onde vêm e porque essas 'pedras nos rins', como são popularmente conhecidas, aparecem? Giuliano Aita responde: "Esses cálculos são formados quando a concentração de alguns componentes da urina (ácido úrico, cálcio, fósforo, cistina) se eleva a ponto de ocorrer a agregação dos mesmos em forma de cristais. Geralmente, o fluxo natural da urina consegue eliminar esses cristais, mas em alguns casos específicos eles ficam aderidos ao tecido renal e não conseguem ser expelidos naturalmente. Quando ficarem grande suficientes, podem provocar crises de dores muito agudas e requererem tratamento imediato".Hoje em dia, de acordo com o médico, existem várias formas de tratar os cálculos, com maior conforto para o paciente. Mas é essencial, em todos os casos, determinar as causas do surgimento da doença, até para que possam ser evitadas futuras crises. Entre esses fatores determinantes para a doença estão: idade (entre 30 e 50 anos; sexo (mais comum em homens do que em mulheres); perda de líquidos excessiva pelo suor; clima (cidades muito quentes ou em meses de verão, a incidência é sempre maior); distúrbios genéticos; casos de cálculo na família; distúrbios metabólicos: tais como problemas renais endócrinos e intestinais que aumentam a quantidade de cálcio e oxalato no sangue e na urina; uso incorreto de medicações; infecção urinária e baixo consumo de líquidos.A melhor forma para quem quer prevenir ou evitar a reincidência de cálculos renais é incorporar hábitos saudáveis diários, ou seja, praticar exercícios, adotar uma dieta saudável e tomar mais água.Da redaçãoredacao@cidadeverde.com