Correios mantém greve e 550 mil cartas não são entregues

Sem acordo no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, os Correios permanecem em greve e 550 mil correspondências deixaram de ser entregues desde o dia 30 de janeiro, somente em Teresina.O principal impasse está relacionado à mudanças no plano de saúde. Segundo os servidores dos Correios, antes era pago um percentual de 10%, somente em cada utilização do plano. Agora o pagamento é mensal e o funcionário não pode ter dois atendimentos de urgência no mesmo dia.Os servidores consideram que qualquer mudança com relação aos benefícios da categoria deve partir de um acordo coletivo.A direção dos Correios garante não haver redução nas correspondências de urgência e afirma que nenhum funcionário tem perspectivas de perda com a mudança no plano de saúde. A direção está realizando mutirões durante o final de semana para minimizar os prejuízos da greve. No último, mais de 230 mil envelopes foram entregues.Diretoria dos Correios emite notaEm nota enviada ao Cidadeverde.com a ECT reafirmou que não há alterações no atual plano de saúde e apresentou informações sobre as tentativas de acordo:A ECT reafirma que não haverá nenhuma alteração no atual plano de saúde dos trabalhadores, o CorreiosSaúde. Nenhuma mensalidade será cobrada, os dependentes regularmente cadastrados serão mantidos e o plano de saúde não será privatizado. Todas as condições vigentes do CorreiosSaúde serão mantidas, os percentuais de co-participação não serão alterados e os trabalhadores dos Correios não terão custos adicionais.Situação atual - O representante do Ministério Público do Trabalho, subprocurador geral do Trabalho José Neto da Silva, propôs que a Federação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Correios, Telégrafos e Similares-Fentect suspendesse a greve até o julgamento de ação que tramita na primeira instância a respeito do plano de saúde dos Correios. Pela proposta do subprocurador, realizada durante audiência de conciliação na manhã desta segunda-feira no Tribunal Superior do Trabalho (TST), os trabalhadores retornariam ao trabalho e a empresa se comprometeria, em ata, a negociar a metade dos dias parados.A proposta foi recusada pela federação. Os Correios reiteraram, durante a audiência de conciliação, que nenhuma alteração será feita nos benefícios do plano CorreiosSaúde. O vice-presidente Jurídico da empresa, Cléucio Nunes, lembrou que em 2013, no julgamento do dissídio, o TST já se manifestou a respeito de que as decisões sobre a gestão do plano são de competência da empregadora e não do sindicato. “A greve não é para reivindicar um direito, e sim contra a Justiça. Há uma ação em tramitação e a Justiça vai decidir. A empresa e o TST não têm o que fazer nessa situação”, explicou.Sem possibilidade de acordo, já que a Fentect recusou a proposta do MPT e vem recusando inclusive formalmente os chamados dos Correios para participar de reuniões afetas à Postal Saúde, o relator do dissídio, ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, anunciou que o processo será julgado pela Seção de Dissídios Coletivos do TST, em data a ser agendada — alertando, porém, que só será possível realizar o julgamento após o carnaval.Jordana Curyjordanacury@cidadeverde.com