Estudo diz que Brasil tem 2º pior sistema previdenciário do mundo

O índice de sustentabilidade de pensões divulgado pelo Grupo Allianz revelou que o Brasil tem o segundo pior sistema previdenciário dentre as 50 nações analisadas, ficando à frente apenas da Tailândia. O índice foi lançado em 2004, mas neste ano passou a contemplar o Brasil, Chile, México, Malásia, Indonésia e África do Sul.O estudo, conduzido pela doutora Renate Finke, economista sênior da unidade de Pensões Internacionais da Allianz Asset Management, na Alemanha, revela que os três sistemas mais sustentáveis do mundo são o da Austrália, da Suécia e da Nova Zelândia. Na outra ponta, dentre os três menos sustentáveis, aparecem os da Tailândia, Brasil e Japão.“Uma boa classificação no índice não equivale a pagamentos de aposentadorias generosas, mas mostra que um sistema de pensões de um país será capaz de lidar com seus dados demográficos subjacentes. Em contrapartida, é preciso levar em consideração que as nações que figuram no extremo inferior do ranking estão lá por diversas razões”, afirma a pesquisadora.Brasil entre os menos sustentáveisDe acordo com o índice, o 50º lugar ocupado pela Tailândia está relacionado à idade extremamente baixa com que sua população se aposenta, além dessa estar envelhecendo rapidamente e o trabalho informal ser representativo no país.Já o sistema de pensões no Brasil parece insustentável em longo prazo porque tem alta taxa de substituição, somada às opções de aposentadoria antecipada, ao número de idosos que cresce a passos largos e aos 13 pagamentos anuais, que gera estresse nas finanças públicas - um processo que já tem sido chamado como "bolha previdenciária".Embora 60 e 65 anos sejam as idades legais para que brasileiras e brasileiros, respectivamente, se aposentem, a reforma efetiva é substancialmente mais baixa, quando considerado o tempo de contribuição, 30 e 35; isso sugere que elas podem começar a receber aposentadoria, em média, aos 50 anos e eles aos 55. Projeta-se que em 2050, o número de pensionistas deverá aumentar 3,5 vezes. O Japão também aparece na parte inferior do ranking por causa da média de idade avançada da sua população e nível elevado da dívida soberana.Austrália na ponta Já a posição de liderança da Austrália é consequência de uma estrutura dualista. Nesse país, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Irlanda, a receita pública cobre apenas as necessidades mais básicas, ou seja, evita a pobreza na velhice.Qualquer rendimento adicional, para manter certo padrão de vida, deve ser gerado a partir de fontes financiadas, por meio de capitalização. Ao mesmo tempo, a Austrália conta com a combinação da demografia favorável e boa gestão das finanças públicas.Fonte: Info Money