Depois da décima fuga no Centro Educacional Masculino (CEM), ocorrida na madrugada desta terça(04), o diretor de medidas socioeducativas da Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc), Herbert Neves, não descarta novas tentativas até o final do ano.
Nesta terça, nove adolescentes fizeram uma escada humana e pularam o muro da sede. Quatro deles já foram recuperados.
Para Herbert Neves, a falta de socioeducadores e de policiais na vigilância têm facilitado essas fugas. “Mesmo com todas as dificuldades, todo nosso trabalho, os setores judiciário, legislativo e executivo estão sabendo que a tendência é que aconteça mais coisas, mais tentativas”, acredita o diretor.
Segundo ele, três medidas reduziriam essas fugas. “Primeiro, fazer uma reforma para colocar tela de proteção no telhado, e cerca no muro; segundo, melhorar a vigilância interna e externa e em terceiro que aumente o efetivo de educadores e de policiais. É necessário que tenhamos um apoio para não ocorrer mais esses problemas”, destacou.
Ele acrescenta que a regionalização dos centros educacionais desafogaria o CEM, que atualmente recebe também infratores do interior.
Mudança do perfil do infrator
Herbert Neves, que trabalha no CEM há 25 anos, disse que o perfil do internos mudou e a estrutura não acompanhou essa mudança. “Antes vinham para cá adolescentes por ato infracional de roubo de toca-fitas, quando existia, cheiravam cola na Frei Serafim e tinham 16 e 17 anos. Hoje, o ato infracional é homicídio, latrocínio, estupro e a idade deles diminuiu”, caracterizou.
Caroline Oliveira carolineoliveira@cidadeverde.com