As chuvas de granizo caíram em várias cidades do Piauí na última terça-feira (30). Em Picos, Oeiras, Novo Oriente e Monsenhor Gil as pedras de gelo causaram admiração na população e até mesmo alguns estragos. 

A auxiliar de administrativo, Ana Isabel Soares, filmou a precipitação em Novo Oriente. Ela explica que a chuva começou por volta das 15h40. “Minha amiga estava tomando banho de chuva quando percebeu as pedras caindo na calçada. Eu estava na casa da minha mãe e comecei a filmar. No início elas estavam bem maiores e chegaram a atravessar o telhado, mas depois foram ficando menores”, explica. Segundo ela, o fenômeno durou cerca de quarenta minutos e há  mais de dez anos não se repetia. 

 

 

Granizo em Novo Horiente

 

Em Oeiras, a última queda de granizo havia sido registrada há 16 anos, segundo o portal Velha Cap. O relógio da Catedral de Nossa Senhora da Vitória, igreja cartão-postal da cidade, ficou danificado. 

Já em Monsenhor Gil, a chuva também foi registrada por populares das 21h às 23h40 e abalou o telhado de várias casas. Em Picos, o granizo, causou grandes prejuízos. 

Gelo A meteorologista da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), Sonia Feitosa, explica que as chuvas de granizo, ao contrário do que se pensa, são mais comuns em regiões onde o clima está muito quente. Geralmente, as precipitações são pontuais e bem localizadas, não atingindo uma área muito grande. 

“O granizo acontece em regiões quentes e em dias muito quentes. Ele se forma quando há uma camada de ar quente na superfície que sobe e atinge as nuvens carregadas, os cúmulos nimbus. Essas nuvens são mais comuns nessa época do ano na nossa região. A diferença de pressão faz com que os ventos soprem em várias direções, por isso o ar fica circulando muito rapidamente e o gelo começa a se formar e vai crescendo até ficar muito pesada e se precipitar.”, explica Feitosa. 

A meteorologista acrescenta que este pode ser o sinal de que o aquecimento global está realmente acontecendo. “A temperatura está aumentando nas cidades, que estão ficando mais aquecidas. Isso faz com que aconteçam mais descargas elétricas, chuvas de granizo; são provas das mudanças climáticas e o aquecimento global e urbano, localizado. A criação das ilhas de calor nas zonas urbanas”, destaca. 

 

Carlos Lustosa Filho redacao@cidadeverde.com