Deputado Jardel demite gabinete e se afasta da Assembleia por depressão

Eleito com 41.227 votos no ano passado, o deputado estadual e ídolo gremista Mário Jardel (PSD), ex-jogador do Flamengo-PI, exonerou seu gabinete na Assembleia Legislativa e se afastou temporariamente do parlamento sob justificativa de uma depressão. O parlamentar deixou a Capital na quarta-feira passada e está em local incerto. As exonerações, que incluem funcionários da bancada do partido, foram publicadas nesta segunda-feira (6) no Diário Oficial da Assembleia.

Jardel, único deputado estadual da sigla, estaria incomodado com ações praticadas por servidores de seu próprio gabinete — por razões como tomarem decisões sem consultá-lo e o que chamou de "má administração". Segundo o novo chefe de gabinete, Cristian Lima, que tomou posse nesta segunda-feira, dos 21 funcionários do deputado e da bancada do PSD na Assembleia, apenas quatro considerados de "confiança" foram reconduzidos aos cargos.

"Ele não abandonou o mandato, só limpou o gabinete porque não estavam ocorrendo coisas certas. Mas ele continua na política", sustenta Lima.

Entre os itens considerados como má administração estão viagens de servidores autorizadas sem o conhecimento do parlamentar do PSD. "Ele também se sentia pressionado a assinar coisas que não queria", complementa Lima.

O novo chefe de gabinete afirma que o deputado está em viagem pelo Brasil com a esposa e não pretende deixar o país, como chegou a ser cogitado. Um dos possíveis destinos é o Ceará, mas o paradeiro não foi confirmado. O atestado é válido de 1º de abril até quinta-feira, 9 de abril. Depois disso, é esperado que Jardel se reapresente na Assembleia.

O gabinete anterior teria sido formado por indicações do partido, segundo Lima, e não por escolha pessoal do ex-centroavante tricolor. O assessor sustenta que não haveria crise entre Jardel e o PSD. "Não temos o que falar do partido".

Porém, o vice-presidente do PSD no Estado e um dos principais apoiadores da candidatura de Jardel, o deputado federal Danrlei de Deus, divulgou nota em que declara o rompimento "político e pessoal" com o correligionário.

Cristian Lima afirmou, ainda, que o deputado teria recebido ameaças de antigos ocupantes dos cargos.

Em entrevista concedida à Rádio Gaúcha, o chefe de gabinete anterior, Sérgio Bastos Filho, negou a existência de irregularidades e se mostrou surpreso com a dispensa coletiva. "Desconheço qualquer uma dessas afirmações. Foi tudo normal até quarta à tarde, quando não consegui mais contato com ele (Jardel). Trabalhei normalmente até as 10h de hoje (segunda-feira)".

Bastos Filho disse, ainda, que foi nomeado pelo próprio deputado, e não imposto pelo partido.

Fonte: Zero Hora