Vítimas de Castelo reconhecem agressor e relatam: "Estavam a serviço de um patrão"

Duas das meninas vítimas de estupro e tentativa de homicídio no último dia 27, em Castelo do Piauí (190 km de Teresina), declararam à polícia nesta quarta-feira (3) reconhecer um dos menores suspeitos dos crimes. De acordo com o delegado Laércio Evangelista, que ouviu as garotas, as vítimas disseram que os autores das ações violentas repetiam estar "a serviço de um patrão". 

"Há três meninas que estão bem e estão falando sobre o caso, mas conversei apenas com duas. Elas não lembram de muita coisa, por conta do trauma mesmo, mas contam que reconheceram um dos suspeitos, menor de idade, e que eles o tempo todo diziam a elas as frases 'Nós estamos a serviço do nosso patrão, nosso patrão quer vocês', as duas falaram isso", declarou o delegado. 

Laércio informou ainda que as garotas relataram ouvir um homem adulto, possivelmente Adão José de Sousa, 40 anos, já preso por suspeita de participação, que "coordenava" as ações dos demais envolvidos. Ele dizia como deveriam agir e de que forma praticar o crime contra as jovens. 

"Ela conta que ouvia um homem que dava ordens de como os garotos deveriam fazer, como se coordenasse mesmo", disse. 

Testemunhas

Testemunhas também foram ouvidas e colaboraram com o avanço das investigações. O delegado informou que relatos negam a versão de Adão, que disse ter fugido de Castelo dias antes do crime, por ter participado de um assalto no final de semana anterior. 

"Esse depoimento nega completamente a versão dele, que disse que não estava na cidade. Na verdade ele foi visto logo após o crime em Castelo do Piauí". 

Os depoimentos de três das garotas e das testemunhas serão colhidos oficialmente amanhã (5). Exames laboratoriais que visam comprovar a participação direta dos suspeitos nos abusos sexuais contra as garotas serão recebidos na próxima semana. Material genético dos cinco detidos foram colhidos logo após a prisão. 

Maria Romero redacao@cidadeverde.com