Realidade no CEM é semelhante a de presídio, admite novo diretor

O novo diretor de medidas socioeducativas da Secretaria Estadual de Assistência Social e Cidadania (Sasc), Ancelmo Portela, admitiu nesta terça-feira (21) que o Centro Educacional Masculino (CEM) tem realidade semelhante ao de um presídio. Segundo ele, os adolescentes de Castelo do Piauí condenados pelo estupro coletivo de quatro garotas só podem retornar ao local quando uma reforma for feita.

“É uma realidade parecida. A forma estrutural é idêntica, as vezes o prédio é até aproveitado. Um exemplo é o CEIP tem um prédio novo que foi feito para ser presídio ou unidade socioeducadora. Quando desde início a gente acerta na sua construção é tendente a dar certo”, declarou durante entrevista ao Jornal do Piauí.

Segundo ele, hoje, o único local em que os adolescentes de Castelo vivem individualizados em celas é o CEIP. “Nesses próximos 30 dias estaremos fazendo de tudo para preparar o CEM para recebê-los”, afirmou, ressaltando o perigo constante de brigas entre eles.

“Por mais que se digam amigos, sem companheiros, a gente não pode confiar. Pode haver uma briga na calada da noite e um atentar contra a vida do outro”, declarou.

Ancelmo Portela destaca que a Sasc reformulou toda a equipe administrativa para que os problemas do CEM sejam oxigenados. “Temos o projeto de aumentar a capacidade do CEM e outro projeto de não só disciplinar e começar a colocar fardamento em todos eles, em comum acordo com o Ministério Público e a Vara da Infância”, disse.

Barril de pólvora

Ainda de acordo com o novo diretor, nem os adolescentes internados no CEM sob a acusação de terem cometido o mesmo crime, aceitam a permanência dos menores de Castelo. “Eles não aceitam de forma alguma a convivência entre eles. Nem os menores acusados do mesmo crime não aceitam e temem que haja uma ação por parte dos outros. É um barril de pólvora”, finalizou.

Hérlon Moraes herlonmoraes@cidadeverde.com

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