Homem que fez família de refém permanece internado no Areolino de Abreu

O Hospital Areolino de Abreu informou nesta quarta-feira (22), que o paciente Alexandre Nery, suspeito de deixar a família refém por quatro horas, após um surto, continua internado e sob efeito de medicação, apesar de não apresentar sinais de agressividade e permanece sem previsão de alta. Na residência onde tudo aconteceu, no bairro Marquês, familiares não querem falar com a imprensa, mas pessoas ligadas à família minimizaram o episódio. Uma cuidadora de idosos que trabalha na casa, disse que a situação foi “um mal entendido”. 

“Todos estamos muito abalados, mas ele não fez a gente de refém, o que aconteceu foi um mal entendido, um surto. Isso nunca tinha ocorrido outra vez”, disse a cuidadora de idosos, identificada apenas como Samara. 

Uma vizinha, identificada como Carmem Gomes, afirma que ele não iria maltratar a família. “Ele viaja muito e vem aqui só a passeio. Aparentemente ele teve um surto porque ficou chateado com alguma coisa. O Alexandre parece que sofre de depressão, mas não é agressivo e é uma pessoa boa. Não seria capaz de fazer algo de ruim com a família dele”, disse a vizinha. 

Uma sobrinha do suspeito que não quis se identificar, disse que ele estava há um ano em Curitiba e voltou para Teresina há 4 dias. A mulher relatou ainda ele que não apresentava distúrbios de comportamento e que era uma pessoa tranquila. A ação, segundo ela, pegou a família de surpresa.

O médico psiquiatra Assis Santos Rocha explica que a ocorrência de surtos em pacientes psiquiátricos não acontece de forma repentina. O especialista conta ainda que este tipo de paciente não oferece perigo à vida das outras pessoas.

“Eles sem sempre dão sinal de que algo vai ocorrer. Os quadros abruptos ocorrem, geralmente, em uma semana ou até um mês antes do surto. A recomendação é que as pessoas próximas se mantenham calmas, pois mesmo durante o surto, o paciente tem um percentual de lucidez. Nesses casos, a pessoa deve ser contida de forma mecânica ou farmacologicamente”, explica o psiquiatra. 

Entenda o caso 

No fim da manhã de ontem(21), a polícia foi acionada para tentar resgatar a família que estava em cárcere privado provocado por Alexandre. Ao todo sete pessoas estavam na casa, sendo três crianças e quatro adultos mantidos reféns com uma arma de brinquedo. O pai, a mãe de 80 anos que está com câncer e duas filhas, do próprio suspeito, foram mantidos como reféns durante quatro horas, das 10h às 14h.

Segundo a Coronel Julia Beatriz, do Comando de Gerenciamento de Crise da Polícia Militar, o rapaz estava com uma arma de brinquedo.

 

Flash de Graciane Sousa Redação Caroline Oliveira redacao@cidadeverde.com