Suspeito de tráfico ganhava 28 vezes mais do que declarava e lavava dinheiro no Paraná, diz polícia

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (1º), a Polícia Civil do Piauí revelou que um suspeito de tráfico preso após a queda de um avião com drogas em Assunção do Piauí, no mês de abril, tinha movimentação financeira 28 vezes maior que o declarado para a Receita Federal. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 3 milhões em bens em Santa Catarina e no Paraná. 

A investigação policial apontou que a organização criminosa, da qual Cléber dos Santos supostamente faria parte, tentou lavar o dinheiro do tráfico em uma empresa de produtos de estética em Cascavel (PR). 

O esquema foi descoberto após a queda de um avião no dia 11 de abril. O veículo iria do Ceará para o Distrito Federal e caiu no interior do Piauí com aproximadamente 20 quilos de droga. Cléber dos Santos foi preso enquanto supostamente esperava a carga. O laboratório de lavagem de dinheiro do Piauí seguiu as movimentações financeiras do suspeito e conseguiu o bloqueio dos bens por decisão do juiz de São Miguel do Tapuio (PI). 

Ele ressaltou a importância da apreensão dos bens para que o tráfico deixe de funcionar, uma vez que a prisão dos suspeitos não é suficiente. "Nós temos que prender, nós temos que apreender e nós temos que sequestrar. Nós temos que descapitalizar o crime organizado."

O secretário estadual de Segurança Pública, Fábio Abreu, ressaltou que todo o trabalho foi feito sem necessidade de deslocar equipes ao Paraná ou Santa Catarina, gerando economia de despesas para o Estado. 

De acordo com Fábio Abreu, o laboratório de lavagem de dinheiro não vai restringir sua ação ao tráfico de drogas, mas investigará o enriquecimento ilícito como um todo.

Sobre a operação, o bloqueio de bens pode ser maior no futuro. "Nós estamos rastreando não somente o principal acusado, mas todos aqueles que fazem parte da quadrilha", concluiu Fábio Abreu. 

 

Fábio Lima fabiolima@cidadeverde.com