O primeiro a falar será o juiz, na tarde de terça-feira (12). De acordo com o presidente da comissão, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), foi o próprio magistrado quem se ofereceu para comparecer na CPI. De Sanctis deu o mandado de prisão contra Dantas e autorizou as escutas telefônicas da Operação Satiagraha.
Os parlamentares da CPI querem esclarecer dois assuntos com o juiz. O primeiro deles é saber se nesta Operação verificou-se prática de escuta telefônica ilegal por parte de Dantas, que teria contratado a empresa Kroll para monitorar adversários e integrantes do governo.
A CPI deseja saber também se De Sanctis, em decisão judicial, deu uma senha para que o delegado Protógenes pudesse ter acesso a todo o cadastro de assinantes de empresas de telefonia. A maioria dos parlamentares é contra este tipo de autorização "genérica".
O depoimento de Dantas, marcado para quarta-feira (13), é cercado de expectativas. Oficialmente, a CPI convocou o banqueiro para falar sobre a contratação da Kroll, mas inevitavelmente o foco deve ser a prisão de Dantas durante a Operação Satiagraha. Ele é acusado de gestão fraudulenta, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha.
No Conselho de Ética da Câmara, será realizada a primeira sessão para audição de testemunhas no processo contra o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP). Será ouvido na quarta-feira o delegado da PF Rodrigo Levin, que coordenou a Operação Santa Tereza. É nesta investigação que o nome de Paulinho é vinculado a fraudes em empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O parlamentar nega envolvimento e vê perseguição política nas denúncias. Com a pauta investigativa cheia, a semana de votações no Congresso ainda é uma incógnita. No Senado três Medidas Provisórias impedem a votação de outros projetos e outras três aguardam leitura em plenário para também trancar a pauta. Na Câmara, o clima é mais ameno depois das votações da semana passada. Apenas uma MP tranca a pauta e os líderes de governo e oposição se reúnem nesta terça-feira em busca de um acordo de votações até as eleições de outubro.Fonte: G1