Família pede que polícia esclareça morte de cabo do Bope

 

Apesar da prisão de sete pessoas envolvidas na morte do cabo Claudemir Sousa, familiares do policial militar ainda anseiam o desfecho das investigações sobre a motivação do crime. O depoimento de uma ex-namorada do PM aumentou a angústia dos parentes, que se reuniram na missa de 7º dia, na noite desta segunda-feira (12). 

Antes da celebração na igreja do Menino Jesus de Praga, bairro Saci, zona Sul de Teresina (PI), a irmã do policial fez um desabafo. "A família reconhece a atuação rápida da polícia na prisão de sete pessoas, mas a gente tá desesperado porque as coisas não estão se encaixando", disse em entrevista ao vivo para o Jornal Cidade Verde.

As histórias que não se encaixam para a família são as versões sobre o que motivou o assassinato na semana passada. Nesta segunda-feira, uma ex-namorada prestou depoimento no Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) e confirmou ter se relacionado com o cabo há dois anos, mas negou ter mantido relacionamento com Leonardo Ferreira Lima, preso sob acusação de mandante do crime. A polícia investiga se a morte foi encomendada por ciúme ou se Claudemir estaria investigando alguma atividade ilícita de Leonardo. 

"A gente não sabe quem ela é, porque não tem nome, não tem foto. A gente não sabe se ela era próxima, se era distante. Ela pode estar aqui dentro dessa igreja", continuou a irmã do policial, que mais tarde disse que a suposta pivô do crime parecia uma "mulher fantasma". Segundo a irmã, Claudemir tinha namorada e planejava ficar noivo.

A família acredita que mais pessoas possam estar envolvidas no crime. "A gente quer que a polícia acalme nosso coração e resolva isso. A missa está lotada, o meu irmão era muito querido e a gente não sabe a quem recorrer a não ser pra Deus. (...) Que todos sejam julgados, que sejam punidos e que ninguém acoberte ninguém", completou a irmã do policial. 

Mais homenagens

Familiares, colegas de farda e amigos prestaram novas homenagens ao cabo Claudemir Sousa na missa de sétimo dia. Uma camisa branca levava a foto do policial com as frases "Combati o bom combate" e "Completei a minha carreira e guardei a fé".

O tenente-coronel James Sean, comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), onde o cabo era lotado, falou do sentimento de perda do colega, que dificilmente será substituído por conta de suas qualidades. "Que a Justiça faça seu papel, assim como a polícia fez".

Também do Bope, o tenente Renildo Alves foi até a igreja para mais uma homenagem e também pediu agilidade nas investigações. 

O padre Júlio César, da paróquia do Saci, criticou durante o sermão a falta de segurança e disse que os valores da sociedade estão de “cabeça para baixo e às avessas”.

“Cresceu o índice de atentados contra a vida de policiais, sobretudo dos que estão no estrito cumprimento do ofício. Não podemos simplesmente aceitar a subversão social”, disse o pároco. 

Segundo ele, é preciso combater a violência e o desamor entre as pessoas. 

 

Com informações da TV Cidade Verde e flash de Yala Sena Fábio Lima (da Redação) redacao@cidadeverde.com