Igreja irá aceitar dízimo no cartão de crédito

As filas cada vez maiores na secretaria de atendimento da Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro de Ribeirão Preto (SP), motivaram a reforma modernizatória: transferir a secretaria para uma sala maior, com ar condicionado, banco de espera (com direito a revistas), máquina de café, senha eletrônica e duas máquinas de cartão - Visa e Mastercard - para melhor atender à clientela exigente.   "As pessoas que vinham aqui agendar casamento ou batizado perguntavam cada vez mais se podiam pagar com o cartão. Hoje em dia é díficil as pessoas andarem com dinheiro no bolso", conta Francisco Jaber Zanardo Moussa, o Padre Chico, responsável pela paróquia. Outra vantagem do cartão, ele explica, é diminuir o dinheiro físico dentro dos cofres da igreja, onde furtos já foram registrados.    

 

As máquinas também serão utilizadas para o pagamento do dízimo - prática já existente em algumas igrejas evangélicas, como a Universal e a Renascer em Cristo. Mas a modernização tem seus limites. Padre Chico frisa que o espaço de utilização será restrito à secretaria; por conseqüência, a máquina não vai substutuir a tradicional cestinha de contribuição passada durante as cerimônias: "A missa tem um sentido eucarístico, cerimonial, não posso colocar uma máquina lá no meio", diz.

A nova sala de atendimento receberá a benção inaugural nesse domingo e começará a funcionar na segunda-feira. Na antiga secretaria, será instalada uma lojinha de artigos religiosos, conta o padre empreendedor.

Na nova secretaria, haverá três guichês (a antiga tinha só dois): um para informações e atendimento de rotina, outro para sacramentos (batizado, primeira eucaristia, crisma, casamento) e um terceiro, onde ficará um padre, voltado para atividades exclusivas como bênção de imagens e terços, dúvidas específicas, entre outros assuntos.

O fim da peste O padre calcula que o movimento da paróquia, que motivou toda a mudança, começou a crescer de um ano para cá, depois que bandos de pombas foram espantados da praça onde fica a catedral, no centro da cidade. "Antes a igreja era muito suja, havia uma população de mais ou menos 30 mil pombos por aqui", afirma.

Padre Chico conta, orgulhoso, que foi o responsável pelo fim da peste e o retorno dos fiéis. Decidido a dar um fim nas aves, se inspirou em Sertãozinho (SP), onde foi usado um repelente à base de extrato de uva para espantar as pombas.

O Ibama, no entanto, não deixou que a experiência se repetisse em Ribeirão Preto. O padre recorreu, então, às lembranças da infância na roça, quando a família usava bombinhas de festa junina para espantar as rolinhas das plantações. "Pensei: se bombinha espanta rolinha, então foguete vai espantar pomba, que é maior".

O padre conta que as pombas usavam a praça como dormitório e chegavam ao local por volta das 18h. "Todo dia às 18h, eu soltava um rojão e elas fugiam. Por volta das 19h, elas voltavam e eu soltava outro", conta. A saga durou seis meses. "Hoje não tem mais nenhum pombo na praça", comemora.   De lá para cá, o movimento da catedral triplicou. "Antes eu comprava de 1.800 a 2.000 hóstias por fim de semana, hoje compro de 3.500 a 4.000".   Fonte: Uolredacao@cidadeverde.com
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