Vídeo mostra ação da quadrilha ao entregar celulares a PM na Casa de Custódia

 

Um vídeo mostrando toda a ação que ocorria para chegar celulares aos presos na Casa de Custódia foi divulgado pela Polícia Civil durante coletiva na Secretaria de Segurança nesta quarta-feira(03), após deflagrar a Operação Conexão. O policial militar, cabo Cláudio Rodrigues, foi preso suspeito de ser o facilitador da entrada dos aparelhos no local, cerca de 40 por plantão. 

As imagens mostram o suposto líder da quadrilha, Josimar Carvalho da Silva, recebendo celulares de Israel Alves da Silva, que é ex-detento e de Ivoneide Ângela Silva Ribeiro que é mãe e esposa de detentos. E depois ele entregando ao policial militar em frente à Casa de Custódia, que depois repassava para Ismael Ferreira da Silva e Paulo Silva Ribeiro (filho de Ivoneide) que estão presos na unidade. 

As baterias eram vendidas a R$ 200, uma pilha saía em média por R$ 10. Já os celulares lanterninhas eram comercializadas por R$ 800 pelos detentos Ismael e Paulo. A Polícia Civil informou que os suspeitos preferem os 'lanterninhas' pela durabilidade da bateria. A organização criminosa chegou a lucrar  R$ 5 mil em uma semana.

Durante operação na  Casa de Custódia foram apreendidos vários celulares, dinheiro, drogas e baterias e pilhas que eram usadas para confeccionar carregadores artesanais. No vídeo abaixo, o delegado Charles Holanda explica como era feito o carregador.

Funcionamento da organização criminosa, de acordo com  Greco

 

Josimar, ex-detento e líder do organização criminosa; contato direto com o PM. 

Cláudio, cabo da PM, repassava os materiais para os detentos Ismael e Paulo Reis que comercializavam para os detentos interessados. 

Ivoneide e Israel, vulgo Siri, forneciam celulares, a maioria roubados, para Josimar. 

 

R$ 50 mil por fuga

A organização criminosa negociou por R$ 50 mil  a fuga de assaltantes de banco, no mês de março. De acordo com o delegado Charles Holanda, dinheiro e um veículo Gol foram negociados por essa fuga. O carro foi apreendido na operação de hoje. 

“Com a investigação dessa fuga chegamos ao Cláudio e Josimar que eram vizinhos e tinham ligação direta.  Constatamos uma verdadeira organização criminosa que articulava fugas e a entrada e a comercialização de carregadores e baterias”, declarou o delegado que preside as investigações. 

Em depoimento, o policial militar afirmou que ganhava de R$ 800 a 1 mil para colocar os celulares dentro da unidade prisional e que praticava o crime há cerca de seis meses. Dentro do armário dele no presídio, a polícia apreendeu um celular, um carregador e 43 pilhas. “Ele não estava de serviço e mesmo sem ele estar lá tinha esses aparelhos no seu armário”, afirmou o delegado. 

O militar fazia a segurança na parte superior da Custódia e arremessava os objetos proibidos de cima da guarita. 

A polícia também realizou mandados de busca e apreensão em residências dos envolvidos e nos pavilhões do presídio e apreendeu celulares, baterias, carregadores, pilhas, chips e drogas.

O secretário de Justiça do Piauí, Daniel Oliveira, anunciou que, ap artir de agora, os agentes públicos lotados no sistema prisional do Piauí serão submetidos à revista. 

“Baixamos uma portaria onde o governador, os secretários, todo e qualquer agente de serviço público que quiser ter acesso às unidades prisionais do Piauí serão revistados como os demais visitantes e familiares”, declarou Daniel Oliveira. 

 

Caroline Oliveira e Graciane Sousa redacao@cidadeverde.com