Com biografia de Mandela na mão, Cabral chega para depor a Bretas

Com biografia de Mandela na mão, Cabral chega para depor a Bretas (foto: O Globo)

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) será ouvido na tarde desta terça-feira no processo a que responde por formação de cartel para a execução das obras do Maracanã e do PAC das Favelas. Cabral já foi condenado três vezes - duas no Rio e uma em Curitiba -, em penas que somam 72 anos. Além das ações já concluídas em primeira instância e do processo referente ao suposto cartel, o ex-governador é réu em mais 12 ações penais.

Cabral chegou à Justiça Federal, no início da tarde, trazendo nas mãos o livro "Nelson Mandela - Conversas que tive comigo", obra biográfica que reúne diários, cartas e anotações pessoais, entre outros documentos sobre a vida do líder sul-africano, cujo prefácio é escrito pelo ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

Além de Cabral, também vão prestar depoimento os ex-secretários Hudson Braga (Obras) e Wilson Carlos (Governo). O juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, também vai ouvir os executivos Paulo Meriade Duarte (ex-diretor comercial da Delta), Louzival Luiz Lago Mascarenhas (ex-diretor comercial da OAS), Marcos Antonio Borghi (ex-diretor de desenvolvimento de negócios estruturados da OAS) e Eduardo Soares Martins (ex-diretor de desenvolvimento de negócios estruturados da Odebrecht).

Em outros depoimentos, Cabral admitiu ter recebido recursos via caixa dois e ter usado esta verba para o pagamento de despesas pessoais. Ele negou, no entanto, a prática de corrupção passiva e o oferecimento de vantagens ilícitas às empresas em troca destes pagamentos.

Ontem, em depoimento a Bretas, o dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, que atualmente cumpre prisão domiciliar, contou que o anel de brilhantes, de mais de R$ 800 mil, que ele deu de presente à ex-primeira dama Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral, foi a porta de entrada para a Delta participar da licitação fraudada da reconstrução do Maracanã, conforme antecipou em outubro de 2016 reportagem do GLOBO.

 

Fonte: O Globo