Sem nova Previdência, Brasil vai ser Grécia, diz Temer a Silvio Santos

Em busca de apoio para a reforma da Previdência, o presidente Michel Temer foi ao programa Silvio Santos, na noite deste domingo (28/1).

Em uma conversa de 30 minutos, o político explicou as mudanças previstas nas aposentadorias caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Câmara seja aprovada. Antes de deixar a emissora, na tentativa de parecer mais simpático, o político deu uma nota de R$ 50 ao apresentador. 

Silvio afirmou que “se a reforma não for aprovada, o governo ficará sem dinheiro para pagar os aposentados”. Michel Temer alegou que a mudança não vai afetar as pessoas mais pobres, e “que sem alterar as regras o Brasil corre o risco de quebrar como a Grécia”. O encontro repercutiu nas redes sociais e acabou viralizando na internet.

A maior parte das mensagens foram negativas, por conta da falta de espaço para posições contrárias a reforma e a tentativa de convencer o internauta das propostas do governo. A hastag #SilvioSantos ficou nos trends topics mundiais do Twitter, que são os assuntos mais comentados do microblog. 

"Se não houver reformulação da Previdência, o que vai acontecer daqui a dois, três anos é aquilo que aconteceu em Portugal e na Grécia. A dívida da Previdência era tão grande que precisaram cortar o benefício em até 30%", defendeu o presidente.

Temer alertou que, para evitar uma situação semelhante à dos países europeus, é necessário mudar agora as regras de aposentadoria.

Ele lembrou que o déficit previdenciário de 2017 foi de R$ 189 bilhões. Neste ano, a previsão de déficit já cresce para R$ 220 bilhões.

Temer negou que o governo quer que "você trabalhe até morrer". Comparou a regra atual de 35 anos de contribuição, que pode levar à aposentadoria aos 55, com a regra proposta de idade mínima de 65 anos, para homens, e 62 para mulheres, que será aplicada gradualmente. "[Para] Quando nós não estivermos aqui", emendou Silvio. "Estaremos", retrucou Temer.

O presidente defendeu que, com a reforma, "será uma Previdência voltada para os mais pobres".

"Tanto que trabalhadores rurais e deficientes físicos ficaram excluídos dessa reforma. E ninguém poderá mais ganhar que o teto de R$ 5.500", argumentou.

Temer afirmou que quer deixar um legado histórico como o presidente reformista que baixou o custo de vida. Ele contou com total adesão de Silvio.

"Se não aprovarmos a reforma da Previdência, daqui a dois, três, quatro anos, não vamos ter dinheiro para pagar aos aposentados", concluiu o apresentador.

Fontes: Correio Braziliense e Huffpost