Governo reavalia transferência de ursa; idade do animal preocupa

Uma campanha mobilizada por atrizes nacionais reacendeu a discussão sobre a permanência da ursa Marscha no Parque Estadual Zoobotânico, em Teresina. A transferência está sendo novamente avaliada e o animal pode deixar o Piauí. O grande questionamento de quem "abraçou" a causa são as altas temperaturas do Estado. 

"O governador e a vice-governadora estão acompanhando junto com a Secretaria e com especialistas uma forma de transferí-la sem causar nenhum prejuízo à saúde, nenhum dano a uma ursa que sofreu muito tempo no circo. Estamos tendo reuniões pra ver a possibilidade dela ser transferida e da melhor forma possível", explica Claudia Tavares Silva, diretora de parques e florestas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semar).

Ela acrescenta que a transferência não se dará por pressão social e alerta sobre os riscos da saída para um outro estado devido a idade da ursa. 

No ano passado, após imensa discussão, decisão judicial garantiu que o animal deveria ficar no Piauí. 

"Ela só vai para outro zoológico se as condições de lá forem melhores que a daqui. A gente não vai mandar só porque está tendo um movimento, pois isso seria até uma forma irresponsável. Nossa preocupação é devido a idade dela e da possibilidade dela sobre alguma consequência nessa transferência. Nosso recinto é muito bom. Já foi constatado que ele é bom e adequado. Ela não sofre maus-tratos, é bem alimentada.", considera Tavares. 

Sobre as altas temperaturas, a diretora de parques e florestas da Semar diz que o recinto da ursa foi adaptado para amenizar a temperatura ambiente. 

"O recinto tem uma área de resfriamento que foi adequada para ursa. Veterinários, inclusive de outros estados, constataram que o recinto é adequado a ela. Não existe urso pardo só do Piauí, mas em outros estados do Nordeste que também são quentes. No ano passado, veterinários da Semar e do Ibama constataram que ela não tem maus-tratos, é bem alimentada e toda a campanha que foi feita foi infundada. Não existe tudo isso que passaram e por isso ela permaneceu", finaliza Claudia Tavares. 

 

Graciane Sousa gracianesousa@cidadeverde.com