Desmatamento na Amazônia apresenta "viés de baixa"

Apesar do crescimento de 3,8% no desmatamento anual da Amazônia, medido entre agosto de 2007 e julho de 2008, a tendência é de queda, na avaliação do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente). Ele analisou os números do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal) divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e disse que o resultado poderia ter sido pior. "A expectativa era de aumento de 30% a 40% no Prodes, se achava que ele ia explodir, mas acabou apresentando esses 3,8%, uma quase estabilidade. E, nos últimos cinco meses, os dados do Inpe mostram queda de 23%, por isso, a tendência é que se passe de um viés de alta para um viés de baixa", acredita. A redução citada pelo ministro refere-se aos dados do sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), utilizado pelo Inpe para medir mensalmente a taxa de desmatamento da Amazônia. Os dados de outubro ainda não foram divulgados, mas o ministro antecipou que eles vão apontar uma queda de 10% em relação a setembro. Para Minc, ações como a aprovação da Lei de Crimes Ambientais, o bloqueio de crédito a produtores que desmatam ilegalmente e a fiscalização reforçada em 36 municípios com os maiores índices de desmatamento evitaram um crescimento maior no índice do Prodes e justificam o otimismo em relação ao futuro. "Dos 20 municípios que apresentam os piores índices, apenas dois tiveram alta no desmatamento: Juara, no Mato Grosso, e Novo Repartimento, no Pará", citou. Ele disse ainda que as medidas de fiscalização e combate serão acentuadas. "Nós não comemoramos esse número (3,8% de aumento), mas acreditamos que ele vai cair violentamente", previu. O desmatamento em áreas de reservas indígenas e de áreas de conservação ambiental passou de 15% para 10% do total identificado pelo Prodes. "Essas são áreas de responsabilidade do governo, então tinha que cair mesmo. Mas, ainda assim, eu acho esse número (10% do total) inadmissível e acho que tem que baixar", ressaltou o ministro. Fonte: Uol
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