Família do estudante Gabriel protesta em fórum e pede para preso não ser solto

Entre lágrimas e declarações de revolta, familiares de Gabriel Brenno Nogueira, 21 anos, se mobilizam em frente à sede do Fórum Criminal de Teresina onde vai acontecer a audiência de custódia do suspeito de matar o estudante. Deivid Ferreira de sousa, 34 anos, já chegou ao local e será ouvido pelo juiz ainda nesta quinta-feira (08). Gabriel foi morto quando saía de uma pensão no Centro e seguia para o cursinho.

A mãe, o pai e demais familiares de Gabriel seguram cartazes com pedidos de Justiça. Janaína Nogueira, mãe do estudante, diz que a prisão trouxe alívio para a família, mas o crime não tem perdão e não acredita em arrependimento. 

"Ele não pode ficar solto, pois pode tirar a vida de outra pessoa que ameaça o ambiente que ele estiver. A prisão fez uma diferença muito grande. Não tínhamos certeza que ele ia ser achado. Confio na Justiça do homens e na de Deus que ele ficará preso. Se eu pudesse, acabava com o mundo. Quero que Deus faça com ele como fez com Caim que matou Abel: o amaldiçoe. Que ninguém toque em um dedo para que ele viva penando aqui na Terra e com a consciência pesada por ter tirado a vida do meu filho", desabafa Janaína Nogueira. 

A mãe, que aniversariou na última segunda-feira (05), diz que a dor é imensa e está "tentando viver um dia de cada vez".

"Eu não acredito em arrependimento. Peço todo dia a Deus para me ensinar a perdoar, mas ainda não consigo. Não perdoo porque ele teve a oportunidade de não fazer. Não está sendo fácil. Estou tentando viver um dia de cada vez para superar a saudade. Esse ano não teve abraço dele no meu aniversário e nem declaração de carinho no Facebook", desabafa a mãe. 

A aposentada Gladis Nogueira, tia-avó de Gabriel, é uma das mais tristes. A senhora que tem 74 anos de idade chora copiosamente. 

"Eu vejo o Gabriel todos os dias. Era um menino muito carinhoso. Não me conformo. Sou a mais revoltada e ele ainda veio pedir desculpas com aquela cara miserável e aquele cabelo esticado. Acho que tentou mudar a cara. Mas a polícia foi muito inteligente. Todo mundo de Teresina e de Caxias tá revoltado. O Gabriel era um menino bom. Ele me chamava de tia-avó, me abraçava", disse a aposentada.

Sonho interrompido 

Representantes do curso onde Gabriel estudava também se juntam à família. O jovem se preparava para um concurso para sargento do Exército que ocorreu no último domingo (04). 

"Convivemos com ele por alguns meses. No curso era um menino bom, respeitoso e estudioso. Os professores falavam que era aprovação certa, mas não teve tempo de realizar esse sonho. Ele não teve chances de defesa, um crime bárbaro. É um jovem que vai ficar para sempre na nossa memória. Como diz a frase da camisa que os familiares vestem: herói não morre, vira lenda", disse Elizete Rosa, gerente financeira do curso preparatório.

 

 

Graciane Sousa  gracianesousa@cidadeverde.com