Piauí reduziu pobreza e IDH é maior que o de Marrocos, Índia e Nepal, revela PNUD no G20 Social

Por Yala Sena

Nas últimas duas décadas, o Piauí é um dos estados que mais reduziu a pobreza e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado cresceu mais do que o de Marrocos (África), Índia e Nepal, na Ásia. 

Os dados foram divulgados pelo pesquisador e consultor do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Antônio Claret, durante reunião do G20 Social na sede da Fiepi, em Teresina. O estudo aponta os avanços dos indicadores sociais do Piauí, que foi piloto do fome zero, nos últimos 20 anos.

O IDH do Piauí saiu 0,48 (muito baixo) para 0,71, muito alto, se aproximando da média do Brasil, segundo o levantamento.

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Segundo o pesquisador, 70% dos países tiveram queda da expectativa de vida após a pandemia.

Sobre o PIB, o Piauí cresceu de 7 bilhões para 64 bilhões, com aumento significativo, juntamente como os estados de Tocantins, Mato Grosso e Roraima. Os quatro estados tiveram um crescimento do PIB acima de 90%.

O estado melhorou nos patamares de combate a fome, segurança alimentar e renda.

A pesquisa do PNUD revelou que em 2020, um quarto da população vivia sem luz e conseguiu a universalização da energia elétrica. 

A renda média do piauiense superou a do Nordeste nas últimas duas décadas passando de R$ 200 para R$ 680. 

A pobreza caiu de 57% para 27% nos últimos anos e houve e melhoria significativa na segurança alimentar.

Os dados revelam ainda melhoria no acesso a educação com 98% dos alunos de 6 a 14 anos matriculados. O desafio é aumentar o acesso de estudantes ao ensino médio, devido a evasão escolar. O levantamento do PNUD constatou o acesso do piauiense às universidades. 

Educação: cai analfabetismo

O Piauí também obteve resultados expressivos na área da educação. O analfabetismo caiu pela metade entre 2000 e 2021, enquanto a taxa de conclusão do ensino fundamental pela população adulta mais que dobrou. O estado lidera o ranking nacional de crianças na escola desde 2019, com 97% das crianças de 5 a 6 anos frequentando a escola.

O desempenho dos estudantes também melhorou consideravelmente. O Piauí ultrapassou a média da região Nordeste nos anos iniciais do ensino fundamental e está acima das projeções do Ministério da Educação. Nos anos finais do ensino fundamental, a nota geral do estado também supera a média regional e acompanha as projeções oficiais.

Saúde: progresso com desafios

A expectativa de vida no Piauí cresceu 6 anos entre 2000 e 2010, mas ficou estagnada nos anos seguintes. Com a pandemia de Covid-19, o indicador recuou 2,5 anos. A mortalidade infantil apresentou uma queda significativa de 58% entre 2000 e 2019. No entanto, a pandemia também impactou este indicador, que subiu em 2020 e 2021.

Claret aponta que a estratégia de saúde da família, que leva a atenção básica e acompanhamento do estado nutricional de vacinação e pré-natal das mulheres, foi uma política revolucionária para o nosso país no início dos anos 2000.

“Nós tínhamos já essa política sendo implementada, mas  a criação das unidades básicas de saúde, as equipes multiprofissionais, baseadas em território, foram que fizeram a expansão desse programa acontecer. Isso é um exemplo de política pública que dá e que deu certo, que funcionou no nosso país e que a gente pode mostrar ao mundo como um exemplo a ser seguido”.

Na apresentação dos dados do PNUD, participaram do debate Marcelo Neri, diretor do FGV, Luciana Servo, presidente do Ipea, Leonardo Oliveira, gerente do IBGE e Jorge Meza, da FAO. Os ministros Wellington Dias e Márcio Macedo acompanharam a apresentação dos dados, mediado pelo secretário Estadual de Planejamento Washington Bonfim.

30% dos alimentos perdidos

O diretor da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), Jorge Meza, destacou que o sistema alimentar é imperfeito e que 30% dos alimentos do mundo são perdidos. Segundo ele, 42% das pessoas não têm acesso a uma alimentação saudável. 

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