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Movimentos sociais apresentam propostas de combate à fome e insegurança nutricional para países do G20

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Por Roberto Araújo

Na tarde desta segunda (20), entidades e movimentos sociais participaram de uma discussão onde apresentaram propostas de enfrentamento à fome e à insegurança alimentar durante a reunião do G20 Social, evento prévio à reunião para formação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que vai ocorrer entre os dias 22 e 24 de maio. 

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, cita que as propostas discutidas poderão ser levadas à discussão da cúpula dos gestores do G20. 

“Ouvir o povo é fundamental para que tenha políticas públicas que possam realmente resolver os problemas da população. Então, esse é um método que o presidente Lula colocou como prioridade, quer ouvir a sociedade, ouvir as pessoas pra produzir políticas públicas. Então aqui é uma parte do debate do G20 Social sobre o tema de combate à fome, à miséria e à desigualdade, que estamos ouvindo as pessoas, discutindo, vendo as propostas para que a gente possa produzir propostas significativas para o G20 Social e para a reunião da cúpula dos gestores”, citou. 

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Proposta de mudança nas leis dos países 

Dentre as proposições apresentadas, está a mudança das legislações dos países para que se implemente à erradicação da fome como uma prioridade nacional. 

“O governador e algumas pessoas colocaram a importância de sugerir aos países que coloquem na legislação, de cada um, esse compromisso com a erradicação da fome. Aqui tem coisas muito importantes das experiências, estamos começando a fazer o debate”, disse.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, cita que muitas políticas públicas que estão em vigor atualmente são fruto de iniciativas que surgiram de movimentos sociais.

"A participação social ela tem por objetivo levar em conta o que temos de conhecimento, consciência, mas também a experiência prática falando de pessoas que já há muitos anos atuam nessa área social, na comida que a gente precisa ser servida, dar a mão às pessoas na situação de vulnerabilidade, quando precisa ajuda ali através de um projeto pra ter uma caixa, ajuda pra poder ter um projeto pra melhorar a agricultura, produção", pontuou. 

Sugestão de transferência de renda e descontos para pessoas com doença celíaca

A Associação dos Celíacos do Piauí apresentou uma proposta que favoreça a segurança alimentar e nutricional das pessoas celíacas, que são aquelas que tem intolerância ao glúten . Presente em vários tipos de cereais, como o trigo, centeio e cevada, o gluten é uma proteína que compõe boa parte do cardápio tradicional dos brasileiros. No entanto, estudos apontam que aproximadamente 1% da população mundial sofre de doença celíaca.

Foto: Renato Andrade / Cidadeverde.com

Celia Mara Coutinho, que preside a associação, cita que a alimentação de quem tem o problema é cerca de 100 a 300% mais cara do que uma alimentação sem restrição. Por isso, ela propões que haja uma implementação de política pública voltada para essas pessoas, incluindo um levantamento de dados sobre a doença no Brasil, e a aquisição de alimentos para pessoas de baixa renda que sofre com esses problemas, e um desconto de importo de renda.

"A questão da insegurança alimentar do consumidor celíaco, ela vem pela necessidade de uma dieta muito restritiva. Com a retirada do glúten, que é um ingrediente extremamente versátil e muito utilizado. Então, a nossa proposta é que hajam fomento, né, a essa produção segura, seja através do fomento à indústria especializada, seja através de uma renda ou um desconto no imposto de renda. A gente paga em torno de 100 a 300 por cento a mais de uma alimentação assim de uma alimentação sem restrição e nós não temos nenhum tipo de subsídio, nenhum tipo de auxílio. Agora você imagine isso pra uma pessoa vulnerável economicamente", pontuou.

Além da Associação dos Celíacos, outras entidades apresentaram propostas, que serão discutidas e poderão compor uma "cesta de políticas públicas" que poderá estar nos diálogos que estão em torno da construção de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que está se firmando entre os países do G20, a partir dos esforços da presidência do Brasil, e que deverá ter na reunião que vai ocorrer em Teresina entre os dias 22 e 24 de maio os seus arranjos finais.

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