Teresina 172 anos: tecelagem gera emprego e renda para comunidade

O contato com a terra, o trabalho artesanal e a coletividade: é a partir dessas características que o trabalho da tecelagem se desenvolve em uma associação na comunidade Santa Rita, que fica localizada na zona rural de Teresina. É a partir de um espaço onde existe uma agrofloresta que surgem peças variadas como tapetes e itens artesanais de decoração.

A proprietária do espaço, Tereza Melo, cita que muitas pessoas que moravam na região precisavam sair em busca de melhores condições de renda. Agora, as cerca de 15 famílias que trabalham no local puderam se fixar onde sempre viveram com um ofício que mistura o conhecimento ancestral e o contato com a natureza. 

"Quando eu cheguei aqui, as pessoas com as quais eu brincava quando criança não estavam vivendo muito bem. Os maridos estavam indo embora para buscar trabalho fora, e a gente resgatou o tear artesanal e passou a fazer rede aqui nesse local. Então com o resgate disso as pessoas passaram  a se fixar aqui, não precisavam mais ir embora, as casas foram melhorando, muitos voltaram a estudar. A grande maioria dos que trabalham aqui, seus filhos estão  no terceiro grau, seus filhos já tem gente formada", citou.

Foto: TV Cidade Verde

Luiz da Silva trabalha na tecelagem

O artesão Luiz da Silva, conhecido como "Gonzaga", lembra que viu os pais trabalharem com artesanato, mas de um jeito diferente. Ele cita que sempre pensou em trabalhar ali, mas só quando teve a oportunidade, descobriu seu verdadeiro talento. 

"Eu nasci aqui. Esse ofício era dos meus pais, mas era um pouco diferente. O artesanato deles era diferente. Fazia mais era punho de rede, não tinha tear (...) é uma satisfação porque a gente (sic) somos pessoas simples que fazem coisas tão bonitas. Eu trabalhava na quinta, aí eu vi uns companheiros que trabalhavam aqui. Ficava imaginando se um dia viesse pra cá. Não imaginava fazer tapetes. Mas aí quando eu vim, aí fui descobrindo meu talento, né? Meus colegas me ensinaram também pra eu aprender", disse. 

Foto: TV Cidade Verde

O Márcio é o único funcionário que não nasceu na região. Ele conta que chegou a trabalhar no comércio, mas que teve na tecelagem uma nova opção de trabalho. 

"A maneira que as pessoas trabalham, a maneira que a empresa é, então trouxe um impacto para mim, um impacto assim, estranho, quem vem do comércio... Aprendi muita coisa. Aprendi a valorizar o produto da gente, o artesanato, que eu não conhecia... E esse modo de fazer, sem ter que usar recursos industriais, produtos técnicos, né? Porque é tudo da terra...e nisso a gente vai ter a conscientização que você precisa preservar também", explicou.

Foto: TV Cidade Verde

Tereza Melo mostra um pouco da agrofloresta que tem no quintal

No mesmo ambiente onde é feita a tecelagem, se erguem árvores e plantas que dão alimentos e produtos que podem ser utilizados no trabalho, mas que também produzem alimentos. No quintal de Tereza, mais de 70 espécies de árvores dão o vislumbre do cuidado com a natureza.

"Dá trabalho? Muito, mas é gratificante. Quando você vê o resultado, é gratificante. Você vê o que você plantou, entendeu? Colhe o que você plantou. (...) E aí você já começa a ver as árvores novamente se multiplicando. Aqui é proibido se matar, queimar. A gente só deixou aquelas maiores e tirou tudo isso", explicou.

Teresina 172 anos - você no clima da Cidade Verde

Dia 16 de agosto, a partir das 6h da manhã, você está convidado para assistir e participar do programa "Teresina 172 anos - você no clima da Cidade Verde", um especial em homenagem à nossa capital.

Quer saber como participar? Basta enviar fotos em uma paisagem verde de Teresina. Pode enviar foto ou vídeo com seu nome e o local onde você está para o número (86) 99910-0066.

Participe!

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