Preta Gil retoma tratamento de câncer: entenda por que a doença pode voltar

 

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A cantora Preta Gil anunciou nas redes sociais, nesta quinta-feira (22), que precisará retomar o tratamento do câncer colorretal.

A artista de 50 anos foi diagnosticada com adenocarcinoma, um tipo de tumor maligno no reto no início do ano passado, quando deu início ao tratamento. Na ocasião, ela recebeu o diagnóstico após sofrer episódios de sangramento, vômito e desmaio.

Dessa vez, ela revelou que, durante exames de rotina no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, os médicos identificaram a necessidade de retomar o tratamento contra a doença.

Por que o câncer pode voltar?

O termo recidiva é usado pela literatura médica para definir o retorno de uma doença. No caso do câncer, ainda que em um primeiro momento ocorra a remissão completa, ele pode retornar quando pequenas áreas tumorais ficam no corpo, as "micro metástases", que não são detectáveis em exames de imagem, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

"Mesmo com o tratamento que tinha intenção de curar o câncer, ele pode voltar", ressalta Clarissa Baldotto, oncologista clínica e membro do Comitê de Tumores do Sistema Nervoso Central da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

De acordo com a SBCO, o retorno da doença pode acontecer no mesmo local onde foi diagnosticado inicialmente (recidiva local) ou em outras regiões do corpo, podendo ser uma área próxima a do diagnóstico inicial (regional) ou em outra parte do corpo, geralmente distante de onde ocorreu pela primeira vez (metastática distante ou à distância).

Por exemplo, seria o caso de um paciente inicialmente com câncer de mama, mas que na recidiva desenvolve a doença nos ossos.

Geralmente, segundo Clarissa, a recidiva é detectada em consultas de retorno, que devem ser realizadas de três em três meses no início, depois o tempo vai aumentando. Nessas consultas, os médicos costumam indicar exames como tomografia e pet-scan.

É possível prever se o câncer irá voltar?

Não há uma maneira precisa de prever a probabilidade de recidiva de um câncer. No entanto, ao analisar "a biologia da doença", segundo a oncologista, ou seja, como é a célula que causou o câncer, além do tamanho do tumor, o crescimento acelerado do câncer e se ele se disseminou para outras regiões, é possível definir a necessidade de um tratamento para diminuir o risco da recidiva: tratamento adjuvante e o neoadjuvante.

Em geral, de acordo com a especialista, a recidiva acontece nos dois primeiros anos após a remissão completa, mas pode retornar até mesmo depois de cinco anos em casos mais raros.

O tratamento muda na recidiva?

Os protocolos de tratamento são muito variados, já que depende de qual é o tipo de recidiva e o tempo que ela levou para acontecer. Mas, em geral, segundo a especialista, é indicado tratamentos que envolvam o corpo inteiro: quimioterapia, imunoterapia, terapia-alvo e hormonioterapia.

Além disso, pode ser que as células da recidiva tenham resistência aos medicamentos usados na primeira vez. Neste caso, será preciso mudar de estratégia de abordagem.