Prefeito do Piauí é acusado de comprar votos até com cimento

Yala Sena/Cidadeverde.comA audiência no fórum de Curimatá, 775 quilômetros ao sul de Teresina, durou mais de 10 horas. Desde a manhã desta terça-feira (19) até depois das 19h, foram apresentadas defesas e acusações de abuso de poder político e captação de sufrágio contra José Arlindo da Silva Filho (foto), o Zezinho da Cincal (PR), eleito prefeito em 2008. A oposição perde a perda do mandato por compra de votos com dinheiro, empregos, e até mesmo material de construção, como cimento. A defesa desmente as denúncias.O vice-prefeito Lailson Guerra (PMDB) e a ex-presidente da Câmara Florenice Jacobina Brito, a Fifia (PMDB) também foram denunciados em processo movido pela oposição. Na época, ela teve de assumir a Prefeitura em função da cassação de Valdeci Júnior, que perdeu o mandato por outras irregularidades. Mais de 20 pessoas estavam entre as testemunhas, sendo 18 de acusação. No entanto, só sete foram ouvidas. Até 17h, apenas cinco tinham prestado depoimento, e os advogados foram eliminando as testemunhas ao passo em que as seguintes repetiam as mesmas acusações das anteriores. Na audiência, defesa e acusação concordaram em dar mais três dias para diligências do processo. "Pode ser necessário outra audiência para ouvir testemunhas", não descartou ao Cidadeverde.com o juiz José Eduardo Couto Oliveira, que comandou a audiência. Ele pediu reforço policial de Avelino Lopes e Parnaguá para garantir a segurança. No entanto, tudo ocorreu com tranquilidade, algo relativamente estranho para uma cidade que ficou conhecida por notícias de processos políticos e policiais, como a prisão do juiz Osório Bastos e do próprio prefeito eleito.Com a cassação de Valdeci Júnior, Curimatá chegou a ter três prefeitos diferentes em 2008. No ano seguinte, o prefeito eleito foi preso acusado de roubo de cargas em Pernambuco. Por conta disso, a Câmara fez um projeto para garantir sua posse, e adiou o prazo legal de 10 dias para 90. A segunda ação que pode tirar Zezinho da Cincal do cargo tramita na Justiça há um ano, e terá julgamento final nesta quarta-feira. Fábio Limafabiolima@cidadeverde.com