Garantido, Massa vê brasileiros felizes com ano na F1
04/11/2010 15h18
A reunião entre os quatro pilotos brasileiros na manhã desta
quinta-feira (4) em Interlagos evidenciou que aquele que teve o ano mais
complicado é que tem, oficialmente, a vida mansa para 2011. Felipe
Massa acompanhou as declarações dos compatriotas na coletiva de imprensa
sabedor de que seu lugar está garantido. Os demais, contentes por seus
desempenhos na temporada, ainda negociam a permanência na F1.A
pergunta que abriu as atividades da entrevista referia-se exatamente à
avaliação da temporada. Bruno Senna foi o primeiro a falar.
"Pessoalmente eu me desenvolvi muito bem nesta temporada. E tem sido uma
temporada muito boa para mim, porque a experiência que estou acumulando
é muito valiosa", e completou dizendo ser "muito importante continuar
na F1" e que quer "lutar por pontos" em 2011, algo que é possível pelo
"trabalho que tenho feito".
Reuters
Senna
claramente vem desconversando ao falar do futuro — que falam à boca
pequena estar bem encaminhado. Sabe-se, aí já de sua boca, que as
negociações envolvem quatro equipes: Williams, Renault, Virgin e Lotus. Lucas
Di Grassi veio na sequência refletir que um ano de estreia é
"extremamente difícil" para qualquer um. "Mas acho que meu ano foi
especial também porque foi o primeiro ano da equipe", referiu-se à
Virgin. "Nós tivemos dificuldades com o carro, em como guiá-lo, mas
estas dificuldades me ajudaram a ser um piloto melhor, e guiar em
circuitos onde nunca tinha estado e os aprendizados que tive me ajudaram
a entender como a F1 é difícil", e então ressaltou a importância de ter
um companheiro experiente, Timo Glock. "Meu balanço após 17 corridas é
de que o ano foi bom, mas eu tenho certeza de que tenho mais a fazer e
mais a aprender".Di Grassi, até onde se sabe, tem negociações
mais avançadas para permanecer na Virgin — com concorrência forte do
belga Jérôme D'Ambrosio — e conversa com outras duas equipes. O
terceiro a falar foi Rubens Barrichello. Contente, o piloto lembrou que
deixou a vencedora Brawn para chegar à uma Williams que não briga por
vitórias. "Nós começamos o ano numa posição não muito boa e
desenvolvemos muito o carro", disse, então elogiando a disposição do
grupo de trabalho em entender o que precisava ser mudado. "O céu é o
limite para essa equipe."Barrichello, mesmo, foi claro sobre sua
opção para 2011. "Estou falando com a Williams e ninguém mais. E minha
impressão é que estarei aqui no ano que vem".Massa encerrou a
rodada. Não podia, obviamente, dizer que este ano foi pior que o 2009,
quando teve seu acidente grave na Hungria. Repetiu em inglês as palavras
que disse dias atrás no encontro com os jornalistas brasileiros. "Meu
ano não foi como gostaria que fosse, principalmente em classificações",
contou a história dos pneus que não aqueciam apropriadamente e completou
com o "espero que termine estas duas últimas corridas bem".Sempre
há quem aponte uma fonte ali ou acolá que tire Massa da Ferrari e
coloque em seu lugar um Robert Kubica, por exemplo. Apesar do histórico
recente — de ter enxotado um desmotivado Kimi Raikkonen para receber um
Fernando Alonso prestes a ser campeão novamente —, a equipe não dá sinal
algum de que pretende mexer abruptamente no quadro para o ano que vem. Barrichello
vai continuar, é quase algo proforme sua renovação, mas vê uma Williams
de pires na mão, precisando de milhões — daí a chegada de Pastor
Maldonado. Senna tem quatro caminhos, mas um bem claro. E Di Grassi
precisa de mais grana que um belga afortunado. Massa só pode dizer aos
amigos — e a ele mesmo, pelo ano que teve —, em bom português, que a
luta continua.Fonte: IG