Os vereadores de Corrente vão pedir intervenção no hospital regional do município. A intervenção é com base na vistoria feita pelo Ministério da Saúde que detectou uma série de irregularidades no hospital.
Telmo Mesquisa, secretário estadual de SaúdeO presidente da Câmara, Raimundo Augusto da Silva Vieira, o vereador Gutão (PMDB), denunciou que até espetinho de carne foram comprados no hospital de Corrente. Na inspeção, foram localizados uma série de medicamentos com validada vencida. O Ministério Público da cidade também está acompanhando o caso. Ontem, a Câmara realizou uma audiência com médicos e integrantes da sociedade civil organizada. Lá, foram denunciados irregularidades no Hospital Regional João Pacheco Cavalcante. Foram reveladas notas de compra de passagens de ônibus, crédito de celular e até mesmo espetinhos de churrasco pela antiga diretoria.
“A situação é calamitosa. Os médicos reclamam de falta de pagamento enquanto isso, o diretor mostrou uma série de documentos da antiga gestão com gastos desnecessários. Há gastos de passagens que chegam a R$ 16 mil, crédito com celular – que é proibido – e até espetinho”, descreve o presidente da Câmara, Augusto Gutão. Participaram da audiência todos os 9 vereadores da cidade, cinco médicos do hospital, encontro estudantes de direito e representantes de igrejas, que fizeram um documento pontuando todos os problemas do hospital. Segundo Gutão, um dos objetivos é pedir a interdição do estabelecimento. “Ninguém aguenta mais esta situação. O hospital é regional e deveria atender 14 cidades, mas o que está acontecendo é que temos que levar os pacientes para os municípios vizinhos como Cristalândia, Barreiras e Formosa (do Rio Preto, na Bahia). As pessoas estão morrendo”, descreve o presidente da Câmara. Outros problemas notificados na audiência são a falta de médico plantonista, falta de estrutura, equipamentos fechados em almoxarifado sem poder serem utilizados e medicamentos com validade vencida.
AudiênciaA Câmara de Vereadores de Corrente realizará uma segunda audiência pública para tratar assuntos relativos ao funcionamento do Hospital Regional João Pacheco Cavalcante. A sessão ocorre no dia 24 de novembro, e segundo o secretário Estadual de Saúde, Telmo Mesquita, contará com presença de representante da pasta.
Investigação“Todas as denuncias serão investigadas. Hoje mesmo, estarei entrando em contato com o diretor do Hospital para averiguar se a existência dessas notas é verdadeira. É ilegal a aquisição de churrasquinho, por exemplo, com dinheiro público. Tudo será investigado e, caso seja provado, tomaremos as medidas cabíveis”, disse Telmo Mesquita.
Por Carlos Lustosa e Yala Senaredacao@cidadeverde.com