Operários ameaçam atear fogo na obra do Centro de Convenções

Operários que trabalham na obra do Centro de Convenções estão há 60 dias sem receber salários e ameaçam tocar fogo na estrutura já erguida do Centro de Convenções. Após realizar um protesto, queimando material de construção na frente da obra, oito funcionários paulistas ameaçam mais agressividade nos protestos.Thiago Amaral/Cidadeverde.comEles afirmam que estão sem receber os salários e a situação está insustentável. "Estamos aqui sem ter dinheiro para sobreviver, servindo de flenelinhas para conseguir um trocado e nossas famílias passando dificuldade em São Paulo. Ninguém nos procura para dizer nada sobre a obra. Aceitamos uma boa proposta e até agora não vimos a cor do dinheiro", disseram os operários.

Segundo Daniel Moreno de Sousa, dono da Construban, responsável pela contratação do pessoal, sua dívida já chega a R$ 60 mil e está morando junto com os operários dentro da obra.

"Nos abandonaram igual a bicho do mato. Pediram para eu contratar 30 operários paulistas. Mas só consegui trazer oito no dia 15 de outubro e até agora não me deram nada [pagamento]", relatou.

A dona da lanchonete que funciona dentro do Centro de Convenções, Joana Medeiros de Sousa, contratada para fornecer café da manhã, almoço e jantar para os operários, afirma que sua dívida já chega a R$ 11 mil.

"Mesmo sem receber, eu não vou abandonar esses homens aqui porque é a única coisa que eles ainda têm, a alimentação. Mas eles não têm dinheiro nem para se deslocar", disse.

A informação foi confirmada pelo mestre de obras, José Filho, que afirma que os operários se sentem como presos. "Nós não temos dinheiro nem para ir embora. Eles fazem bicos de lavadores de carros e flanelinhas para ter um trocado no bolso", argumentou.

Os operários se revoltam mais porque, segundo eles, foram abandonados pela construtora responsável pela obra, a Econ. Eles afirmam que o dono da empresa, Wagner, voltou para São Paulo.

Daniel Moreno cobra uma resposta da deputada Lílian Martins (PSB) que, durante visita a obra, garantiu o retorno da obra e o pagamento dos salários atrasados. A assessoria de imprensa da deputada afirmou que não iria se pronunciar sobre o assunto.

PiemturO diretor da Piemtur, Marco Bona, garantiu que o problema não é com o governo do Estado. Segundo ele, a empresa Econ está sendo pressionada para entregar documentação sobre uma nova medição e não deu resultados ainda. "A Caixa exige documentação para fazer as vistorias e liberar o dinheiro. O problema é que, como trata-se de uma reforma, o projeto original já foi modificado várias vezes por problemas que são encontrados na obra. E a Caixa só libera os recursos se estiver tudo em ordem", explica Marco Bona.

Ele reitera que a obra está em andamento, mas a passos lentos, justamente por conta da empresa.

O diretor afirma ainda que o protesto dos funcionários é legítimo. "Eles devem protestar mesmo. Mas o que não podem é depredar o patrimônio público. Se isso acontecer será investigado e os responsáveis terão que pagar", diz.Flash de Caroline OliveiraRedação de Leilane Nunesredacao@cidadeverde.com