Rejane Dias rebate carta aberta do movimento GLBT de Picos

A deputada Rejane Dias (PT) enviou esclarecimentos sobre a “Carta Aberta ao Povo Piauiense” divulgada pelo movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) do município de Picos, sobre as acusações de que estaria supostamente barrando uma proposta de emenda constitucional na Assembleia Legislativa.O movimento lançou uma nota de repúdio aos deputados estaduais, citando a parlamentar petista e o pastor Gessivaldo Isaías (PRB), que seriam os supostos responsáveis pelo possível arquivamento da proposta do deputado Fábio Novo (PT) de querer incluir o termo "orientação sexual" no rol dos direitos individuais e coletivos do cidadão piauiense na Constituição Estadual.Deputada Rejane DiasRejane Dias disse que está apenas se defendendo de acusações e ofensas, inclusive contra sua filha mais nova, que é portadora deficiência. “Hoje eu recebi um golpe muito mais forte do que eu esperava. Sob o pretexto de defender os direitos das pessoas homossexuais, atingiram minha filha. A chamaram de aberração. Isto, para mim, é o limite”.A parlamentar afirma que por viver numa democracia tem o direito de ter sua opinião, assim como respeita as opiniões contrárias. E que não tem poder para barrar projetos na Assembleia. “É conveniente esclarecer que não tenho poderes para isso, muito menos, a atitude de agir às escondidas, conforme fui acusada”.E acrescenta: “Se estamos em uma democracia, eu tenho o direito de ter minha opinião respeitada desde que eu não agrida meu próximo, coisa que nunca fiz. Agora, uma pessoa sob o pretexto de defender uma causa agrediu covardemente minha filha. É o golpe mais forte que qualquer pai e mãe possa receber. Principalmente sob uma pessoa na condição de minha filha”.Confira o texto na íntegra:Em defesa de minha filha. Hoje é um dia triste para mim. Mas serei sucinta e breve. Venho me defender de acusações publicadas neste bem conceituado portal de internet (por uma pessoa sem ligação ao veículo) que atingiram duramente a mim e minha filha.Ingressei na vida pública para tentar realizar ações que beneficiassem grupos de cidadãos que não exerciam seus direitos com plenitude, como o de ir e vir e dar a eles a possibilidade de um tratamento digno.Como deputada, tenho a oportunidade de ampliar meu trabalho para outros segmentos e a sociedade como um todo.Mas, sabia que na política, mesmo que você tente fazer a coisa certa, muitos interesses são contrariados – que em benefício de uns, outros podem se sentir prejudicados e terem o justo direito de reivindicar.O maior equívoco nestes casos é transformar reivindicações em ofensas e agressões, utilizadas de maneira desumana. Eu estava preparada para enfrentar os contra-argumentos da política, as palavras contraditórias e até para corrigir informações inverídicas que fossem levadas à imprensa.Mas hoje eu recebi um golpe muito mais forte do que eu esperava. Sob o pretexto de defender os direitos das pessoas homossexuais, atingiram minha filha. A chamaram de aberração. Isto, para mim, é o limite.Nunca agredi verbalmente qualquer pessoa que tenha orientação sexual diferente da que defendo devido as minhas convicções religiosas. Ao contrário, repudio aqueles que agridem física e moralmente os homossexuais, tratando-os como cidadãos de outra categoria. Todos nós merecemos respeito. Portanto não sou e nunca fui homofóbica.Mas, se estamos em uma democracia, eu tenho o direito de ter minha opinião respeitada desde que eu não agrida meu próximo, coisa que nunca fiz. Agora, uma pessoa sob o pretexto de defender uma causa agrediu covardemente minha filha. É o golpe mais forte que qualquer pai e mãe possa receber. Principalmente sob uma pessoa na condição de minha filha.Quero reforçar, contudo, que não vou fraquejar diante deste fato. Tenho minha convicção cristã e, em defesa dela e de minha filha, manifesto meu profundo repúdio a tal atitude.Quero dizer ainda que minhas convicções em Deus e à sua palavra não irão mudar e gostaria que elas fossem respeitadas da mesma forma que respeito qualquer opinião contrária a minha.O que relatei agora é apenas uma parte das hostilidades que constam na mensagem enviada por esta pessoa ,que ainda me acusou de ter barrado projeto que tramita na Assembléia. É conveniente esclarecer que não tenho poderes para isso, muito menos, a atitude de agir às escondidas, conforme fui acusada.Lamento muito por trazer estes fatos a vocês. Mas como pessoa pública e pela honra de minha filha esta resposta se fez necessária.Deputada estadual, Rejane Dias.Matéria relacionada:Movimento LGBT de Picos lança nota de repúdio a deputados Caroline Oliveiracarolineoliveira@cidadeverde.com