Em protesto, família pede saída de delegado Paulo e volta de Bonfim
26/10/11, 12:41
Atualizada às 12h25 (horário local)Ao chegar no Palácio de Karnak, Paulo Lages Veras, pai de Fernanda Lages, disse que vai entregar uma carta ao Governo do Estado criticando a postura da Cico e da polícia e pedindo providências. “O inquérito é uma verdadeira sessão de barbáries. Peço o empenho do governador, como pai que ele é”, declarou.Fotos: Yala SenaA carta foi lida pela tia de Fernanda, Luiza de Marilac Veras, para todos os manifestantes. Paulo Lages continua: “Os assassinos não podem ficar impune, porque eles assassinaram não só a Fernanda, mas a família Lages Veras. A polícia tem a obrigação de indicar os culpados”. Ele agradeceu aos promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha. “A gente sabe que se eles não tivessem no caso, ele tinha ido para o esgoto”, destacou.Familiares de Fernanda: o pai, a mãe, um tio e advogado da família, Lucas Villa, serão recebidos por uma comissão do governo e entregarão uma carta.Cerca de duas mil pessoas participaram da manifestação.Atualizada às 12h (horário local)Chegada ao KarnakA manifestação chega ao Palácio de Karnak e os pais de Fernanda esperam ser recebidos por alguém do governo. Na agenda do governador Wilson Martins, diz que ele foi para Brasília para ter uma audiência com a Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira e a tarde participa da solenidade de posse da Ministra Ana Arraes do Tribunal de Contas da União. O retorno a Teresina está previsto às 21h40 de hoje.Thiago Amaral/Cidadeverde.comAtualizada às 11h41 (horário local)Com um “Pai Nosso” em frente ao Hospital Getúlio Vargas (HGV), na avenida Frei Serafim mais de milhares de pessoas caminham no sentido zona Leste/Centro, pedindo Justiça para a morte da estudante de Direito, Fernanda Lages Veras. O pai da estudante, Paulo Lages Veras, pediu que o governador afastamento dos delegados que apuraram o caso.Fábio Lima/Cidadeverde.comCom faixas, apitos, nariz de palhaço e gritos de guerra, os manifestantes entoam o coro de “Fora delegado e volta Bonfim”, se referindo ao ex-presidente da Comissão Investigadora do Crime Organizado (Cico), delegado Bonfim Filho, afastado desde o início do ano para tratamento de saúde. O pai, Paulo Lages e a mãe de Fernanda, Josélia Lages, lideram a caminhada, carregando um poster da filha. Eles se dirigem ao Palácio de Karnak.Fotos: Thiago Amaral/Cidadeverde.comPaulo Lages disse que o resultado inquérito mostrado ontem pela Polícia Civil foi frustrante. “Foi frustrante esse resultado. Foi uma falta de responsabilidade da polícia e a manifestação é para abrir os olhos da Justiça. Queremos que o governador seja mais firme, avalie e que afaste esses delegados”, desabafou.Fotos: Thiago Amaral/Cidadeverde.comEx-namorado na manifestaçãoO ex-namorado de Fernanda Lages, Pablo Vital, também participa da manifestação e diz que quer Justiça. “É uma tristeza esse resultado da Polícia Civil”, opina.Os manifestantes carregam faixas com dizeres: “Punição aos assassinos de Fernanda, doa a quem doer”, “A vítima é a Fernanda”. E gritam palavras de ordem: “Governador se calou”, “Vigia e o Mamede [delegado] sabe”, “Volta Bonfim e fora delegado”.Pais de Fernanda: Josélia Lages e Paulo LagesA tia de Fernanda, Marilda Lages, diz que a família não aceita que seja suicídio e que era um exemplo de vida. “Destruíram Fernanda, ela estava com dente, braço, cabeça, costelas quebrados”, disse a tia que foi uma das que viu a sobrinha morta no local do crime.O médico Ricardo José Lustosa está com uma pizza na mão e com nariz de palhaço. Ele diz fez questão de ir porque “a investigação terminou em pizza e a sociedade não pode se calar”.Uma do 3º andar moradora no edifício Danilo Romero, na avenida Frei Serafim, colocou uma faixa na janela pedindo Justiça e os manifestantes de aglomeraram.Delegado BonfimAinda em tratamento médico, o delegado Bonfim Filho, que presidiu a Cico (Comissão Investigadora do Crime Organizado nos últimos anos, tinha previsão de retornar à ativa na Polícia Civil no início do mês de novembro, mas o seu médico solicitou que ele continuasse por pelo menos mais 60 dias afastado para continuar o tratamento contra o diabetes.O delegado agradeceu a lembrança de seu nome, mas disse que está impossibilitado de ajudar. “Estou impossibilitado de voltar à ativa por problema de saúde. Gostaria muito de poder colaborar, através dos meus conhecimentos adquiridos na minha vida dentro da Polícia Civil. Mas, a polícia já deu resposta a vários casos ao longo do tempo. Vamos dar uma resposta a altura, entendo a situação da família e a angústia da sociedade, mas a investigação policial só tem hora para começar e não tem para terminar, pode durar um dia, mas também pode chegar a um ano. A Polícia tem responsabilidade e não pode indiciar sem ter convicção, não pode apenas apresentar um bode expiratório, mas sim ir atrás dos criminosos. Peço paciência e confiança”, declarou Bonfim Filho.Flash de Yala SenaRedação Caroline Oliveiraredacao@cidadeverde.com