Ata do Copom aponta novo reajuste da Selic para ter inflação na meta

O Comitê de Política Monetária (Copom) avalia que um ajuste moderado da Selic é consistente com a taxa de inflação em torno do centro da meta no próximo ano."Mesmo com um ajuste moderado no nível da taxa básica de juros, a taxa de inflação no horizonte relevante se posiciona em torno da meta em 2012, em patamar inferior ao que seria observado caso não fosse considerado o supracitado efeito da crise internacional", apontou a ata da última reunião, quando a Selic foi reduzida em 0,50 ponto percentual, para 11,50% ao ano.O comitê reconhece que as projeções de inflação no cenário de referência e no de mercado estão acima do valor central da meta, na sondagem feita pelo boletim Focus, mas diz que "no cenário central com que trabalha o Copom, a taxa de inflação se posiciona em torno da meta em 2012".Para o BC, esse cenário é possível graças à deterioração do mercado global. A ata repete a afirmação divulgada após a reunião do fim de agosto - quando se decidiu pelo primeiro corte na taxa básica Selic deste ano - de que o Copom trabalha com a hipótese de que a crise internacional vai causar um impacto sobre a economia doméstica equivalente a um quarto do que foi observado na crise internacional de 2008/2009. Na ata da reunião de agosto, esse era o chamado cenário alternativo.O comitê também repetiu a afirmação de que espera que "a atual deterioração do cenário internacional seja mais persistente do que a verificada em 2008/2009, porém, menos aguda, sem observância de eventos extremos". Os mecanismos de transmissão da crise global para a economia brasileira são comércio, preço de importações e volatilidade externa, entre outros, na análise do BC.Além dos efeitos do quadro desfavorável externo, o Copom trabalha com um cenário central no qual ocorre moderação da atividade econômica doméstica e estabilidade dos preços das commodities nos mercados internacionais e da taxa de câmbio.A ata ainda diz que o cenário de simulação do BC contempla o cumprimento da meta de superávit primário "em torno" de 3,15% do PIB, sem ajustes, em 2011 (R$ 127,9 bilhões). Para 2012 e 2013, o Copom espera geração de superávit primário em torno de 3,10% do PIB.Fonte: Valor