Engenheiros dizem que PCCS só vai pagar piso de 2012 em 2039

Projeto de lei encaminhado pelo Governo do Estado e aprovado pelos deputados estaduais no final de dezembro de 2011 cria o Plano de Cargos e Salários para engenheiros e arquitetos servidores estaduais. A notícia deveria ser motivo de comemoração das categorias, entretanto segundo o Sindicato dos Engenheiros do Piauí (Senge-PI), que acusa o Estado de elaborou uma proposta sem a discussão e o consentimento dos profissionais e em total desacordo com o que é defendido pela categoria. Segundo o presidente do Senge-PI, Antonio Florentino, o Governo se propõe a pagar no projeto, a partir de 2014, o valor inicial de R$ 2 mil a engenheiros e arquitetos servidores estaduais. Por outro lado, o valor que é defendido por toda categoria, inclusive pelo sindicato, é o piso salarial fixado para o setor privado por uma lei federal, no valor de seis salários mínimos. Essa proposta está sendo cumprida pela Prefeitura de Teresina desde o mês passado, após oito meses de negociação entre Município, Sindicato dos Engenheiros e profissionais. Para Florentino, o projeto do Governo do Estado já começa tão defasado que se propõe a pagar, somente após 25 anos de serviço, o piso salarial que é estabelecido hoje ao profissional da engenharia e arquitetura. A matéria aguarda a sanção do governador Wilson Martins. "Só em 2039, o engenheiro do Governo vai receber o que, em 2012, se paga no serviço privado e outras gestões públicas a essas duas categorias", lamentou. "Essa proposta falta totalmente com o respeito às categorias. Costumo dizer que o Estado não tem remuneração para engenheiros e arquitetos, por conta do baixo valor pago e, principalmente, pela falta de interesse de seus gestores em pagar um salário digno a esses profissionais tão importantes para o desenvolvimento do Piauí. Também quero deixar claro que essa proposta em nenhum momento foi apresentada para o Sindicato dos Engenheiros e não tem nosso consentimento, somos contra esses valores e ficamos fora dessa negociação", criticou Antonio Florentino. Florentino defende uma reformulação imediata no projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa para que se faça um Plano de Cargos e Salários em acordo com o sindicato e as categorias. O sindicalista acredita que a exclusão do Senge-PI das negociações da proposta ocorreu de forma proposital pelo Governo, visto que em junho de 2011 houve uma reunião com na Secretaria de Governo em que as propostas do Sindicato dos Engenheiros foram apresentadas. Entretanto, segundo Florentino, o projeto defendido pelo sindicato não condizia em nada com o que chegou à Assembleia Legislativa. "O Governo sabe o que a categoria defende, se eles tinham interesse em enviar um Plano de Cargos para engenheiros e arquitetos, que fizessem em acordo com os profissionais e seus representantes legais,no caso o Sindicato dos Engenheiros, assim se teria um projeto que resgatasse esse passivo que o Estado tem com estes profissionais.  Esse valor de R$ 2 mil é uma remuneração  irrisória para hoje e  para começar só em 2014 , após pequenas progressões que deverão ocorrer até lá", não merece sequer comentários”, reclamou o presidente do Senge-PI.redacao@cidadeverde.com