Eloá: Mãe passa mal e não vai ao júri

A mãe de Eloá Pimentel, Ana Cristina Pimentel, não irá acompanhar o terceiro dia de julgamento de Lindemberg Alves, acusado de matar sua filha em outubro de 2008, nesta quarta-feira (15) em Santo André, no ABC. Segundo Ademar Gomes, advogado da família e assistente de acusação, Ana Cristina amanheceu passando mal, "debilitada emocionalmente, muito nervosa, muito fragilizada". O advogado informou que ela recebia cuidados médicos nesta manhã. Ana Cristina nem foi levada ao fórum nesta manhã.O irmão de Eloá Ronickson Pimentel dos Santos chegou ao Fórum de Santo André nesta manhã pedindo pena máxima para Lindemberg. " Quero pena máxima para ele, quero a condenação. Ele é assassino", disse. Nesta terça-feira (14), Ronickson prestou depoimento e chamou o réu de "monstro", descrevendo-o como uma pessoa violenta.Lindemberg Alves chegou às 8h47 desta quarta-feira (15) ao Fórum de Santo André. O júri entra em seu terceiro dia nesta quarta e é aguardado o depoimento de Lindemberg. Ele nunca se pronunciou sobre o crime desde que foi preso, em outubro de 2008. O réu passou a noite no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista.Nesta terça, o júri foi marcado pelo bate-boca entre a advogada do réu, Ana Lúcia Assad, e a juíza Milena Dias. Durante o depoimento da perita criminal Dairse Aparecida Pereira Lopes, a defensora Assad reclamou de um ponto técnico, afirmando que havia um número errado no processo.A juíza disse que não cabia à defesa fazer tal questionamento no momento. Indignada, a advogada disse que queria apenas a "verdade". A juíza voltou a dizer que ela ia ter a oportunidade de falar isso nos debates e que esse não era o "conceito".Foi, então, que a advogada disse: "Você precisa voltar a estudar". A promotora Daniela Hashimoto saiu em defesa da juíza e disse para ela "tomar cuidado", que estava desacatando e ameaçou processá-la. A juíza, no entanto, determinou que o julgamento proseguisse.Mais cedo, durante a manhã, a advogada pediu que a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, não fosse ouvida durante o julgamento. Na segunda (13), a própria defensora havia arrolado a Ana Cristina e o irmão caçula da vítima, Everton Douglas, de 17 anos, como testemunhas. Ana Lúcia ameaçou abandonar o júri caso Ana Cristina Pimentel fosse ouvida."Não concordo que essa testemunha seja ouvida. Eu quero dispensá-la”, disse, sem apresentar motivo. A juíza ponderou ser necessária a concordância da acusação. A promotora do caso, Daniela Hashimoto, discordou. Em seguida, a advogada de Lindemberg ameaçou. "Eu vou abandonar o júri. Eu vou embora”, disse, elevando o tom de voz. A acusação acabou aceitando a dispensa de Ana Cristina.No fim da noite, Assad voltou a reclamar -mas desta vez da imprensa. "Vocês publicam coisas que eu não falei. Sai na imprensa e sou hostilizada", afirmou. A advogada também negou ter discutido com a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, como, segundo ela, alguns órgãos de imprensa publicaram. A advogada disse que está saindo escoltada do fórum por medo de agressões.Ela pediu para que fosse registrado em ata que estava sendo hostilizada e ameaçada e chegou a mostrar um colete à prova de balas para o plenário do júri. A advogada disse que teme ser agredida. Ao sair do fórum, por volta das 23h45, pela porta dos fundos, ela teve seu carro escoltado por policiais militares. Ela não falou com a imprensa.Fonte: G1