Governo Federal aumenta taxa do IOF para conter valorização do real

O governo decidiu aumentar de dois para até três anos o prazo de incidência de alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), no valor de 6%, para empréstimos de empresas no exterior. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (1º).O objetivo dessa medida é reduzir o ingresso de dólares no país, cuja cotação em relação ao real chegou a ficar abaixo de R$ 1,70 nesta semana.Essa medida, segundo fonte da equipe econômica, serve para diminuir a tomada de crédito no exterior de instituições financeiras e empresas e reduzir a entrada de dólares que tem acelerado a valorização do real.Com menos dólar entrando, a tendência é o dólar parar de se desvalorizar em relação à moeda brasileira.Em abril do ano passado, o governo já havia elevado de um para dois anos o prazo da incidência do IOF a 6%.Novas regrasO imposto incidirá a partir do dia 1º de março na liquidação de operações de câmbio contratadas para entrada de empréstimo externo direto ou com emissão de notes, segundo o decreto.O governo estipulou ainda que, se o empréstimo for contratado num prazo superior ao estipulado de três anos e for liquidado antecipadamente, total ou parcialmente, descumprindo o prazo mínimo, o banco ou a empresa terá de pagar o IOF de 6% mais multa e juros.O decreto estabelece ainda a alíquota zero de IOF para as liquidações de câmbio para retorno de recursos aplicados por estrangeiros no mercado financeiro e de capitais e sobre a contratação de câmbio para remessa ao exterior.Também fica em zero o IOF sobre a contratação de câmbio para remessa ao exterior, inclusive de operações simultâneas, de aplicações em Brazilian Depositary Receipts (BDR), ou recibo de ações.Atuação do BC nos últimos diasO Banco Central vinha fazendo uma série de intervenções no mercado para tentar contar a desvalorização do dólar.Na quarta-feira (29), depois de fechar no pregão anterior a R$ 1,699, a moeda norte-americana fechou em R$ 1,72, após o BC realizar um leilão de swap cambial reverso e um leilão no mercado à vista.Diante do fluxo de dólar para o país, o governo vem tentando aumentar seu arsenal na batalha para estancar a valorizaçào do real.O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, deixou até aberta a possibilidade de o Fundo Soberano ser usado no mercado cambial.Fonte: Uol