Filha rompe silêncio após 2 meses do assassinato da mãe no Sul do Piauí

A filha da funcionária pública Francisca Ione de Sousa, 47 anos, morta em Santo Antônio de Lisboa (PI), quebrou o silêncio. Em audiência na tarde desta terça-feira (2), na Assembleia Legislativa do Piauí, Patrícia Sousa Carvalho, 25 anos, revelou seu drama que vive após ter perdido a mãe, assassinada dentro do escritório da Agência de Desenvolvimento Agropecuário (Adapi) no dia 30 de janeiro. Fotos: Yala Sena/Cidadeverde.comPatrícia contou que se sente em uma prisão por ter de viver em um abrigo com seus três filhos. A família acredita que foi seu ex-marido, José Moacir, o assassino de Ione. Por isso, todos vivem escondidos. "Queremos que seja punido o assassino, pois ela travou uma luta para dar segurança a mim e aos meus filhos e acabou sendo morta", declarou.Durante a audiência, Patrícia vestia uma blusa com a foto da mãe e a frase "Luto e Justiça. Chega de machismo e pistolagem. Basta de violência contra a mulher". A filha relatou que era agredida dentro de casa pelo ex-marido, com quem viveu por 11 anos, e sua mãe tentou lutar para que isso acabasse. Pressão políticaA audiência foi solicitada pela deputada estadual Flora Izabel (PT) com o objetivo de agilizar a prisão, já que o acusado estaria vivendo livremente em Santo Antônio de Lisboa. A parlamentar ainda pretende entregar ao governador Wilson Martins um pedido de adoção de políticas sociais para as filhas de Ione, visto que a família era sustentada pela servidora pública. As deputadas Nize Rêgo, Margarete Coelho e Amparo Paes Landim também participaram da audiência, que contou com a presença da União das Mulheres Piauienses (UMP), representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI) e entidades ligadas aos diretos de defesa das mulheres, além da delegada da Mulher em Teresina, Vilma Alves, e os delegados Francisco Bareta e João Marcelo Brasileiro de Aguiar. Ação da políciaDelegado de Homicídios, Bareta acompanha a investigação e afirma que a mesma já está agilizada. Nos próximos dias, o assassino já deverá ser apresentado. Segundo ele, das sete indagações feitas no inquérito, cinco já foram respondidas. "Já temos bastante material. Estamos fazendo com todo o cuidado, recolhendo provas, pois não queremos que a Justiça desqualifique as provas", disse Bareta, dando como exemplo decisão recente do Tribunal do Júri, na qual o principal acusado de matar uma mulher foi inocentado por fragilidade das provas.Yala Sena (flash)Fábio Lima (Da Redação)redacao@cidadeverde.com