Preço de ração e seca reduziram rebanho nacional no ano de 2012

O aumento do preço de insumos, como milho e soja, que afetou a produção de ração animal, e a forte seca que assolou o país, em especial as regiões Norte e Nordeste, prejudicaram o desenvolvimento da pecuária nacional no ano passado. É o que revela a pesquisa Produção da Pecuária Municipal (PPM), divulgada hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Houve queda em praticamente todos os portes de rebanhos brasileiros. Os asininos e os muares apresentaram as maiores reduções (7,4% e 3,8%, respectivamente) entre os de grande porte. A menor queda nesse segmento ocorreu entre os bovinos de corte e de leite (-0,7%), que são “o grande personagem da pecuária nacional”, conforme destacou o engenheiro agrônomo Otávio Oliveira, gerente de Pecuária do IBGE e responsável pela pesquisa.Já nos rebanhos de médio porte, as maiores quedas foram observadas em caprinos (-7,9%) e ovinos (-5%), enquanto a menor redução (-1,3%) foi vista no efetivo de suínos. Entre os rebanhos de menor porte, coelhos tiveram a maior queda (-12,4%). O efetivo de galinhas caiu 1,4% e o de galos, frangas, frangos e pintos experimentou redução de 1,9%. “A conjuntura não favoreceu as atividades, de maneira geral”, comentou o pesquisador, em entrevista à Agência Brasil, .A exceção foi o efetivo de codornas, que mostrou expansão de 5,6%, estando concentrado, principalmente, em São Paulo, que responde por 51,1% do total. A valorização de 27% no preço dos ovos de codorna tornou a atividade mais atrativa. Em consequência, a produção cresceu 9,4%. “O preço médio do ovo de codorna subiu bastante, tornou a atividade mais atraente e houve a resposta dos produtores, aumentando o plantel”, disse Oliveira.O engenheiro disse que a variação de queda foi menor entre os bovinos, porque os fatores que influenciaram a pecuária geral, em 2012, afetam menos os animais de grande porte que estão mais concentrados no Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país, regiões nas quais as pastagens sofreram menos. O efetivo de bovinos somou, em dezembro do ano passado, 211,279 milhões de cabeças, levando o Brasil a ocupar o segundo lugar no ranking mundial, atrás da Índia, cuja criação, diferentemente da brasileira, não tem fins comerciais.Por regiões, a Norte foi a única a apresentar aumento do plantel bovino (1,3%), puxado pelos desempenhos do Pará, com expansão de 1,9%, Acre (3,3%) e Tocantins (0,7%). As maiores variações relativas foram observadas, porém, no Amapá (12%) e em Roraima (5,4%), mas esses estados têm pouca representatividade nacional, segundo a pesquisa. A maior queda do efetivo de bovinos foi registrada no Nordeste (-4,5%), com destaque para as retrações de 28,6%, 24,2% e 18,1%, apuradas, respectivamente, na Paraíba, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte.Os maiores efetivos de bovinos foram encontrados, em 2012, nos estados de Mato Grosso (13,6%), Minas Gerais (11,3%), Goiás (10,4%), Mato Grosso do Sul (10,2%) e do Pará (8,8%). Em conjunto, essas participações representaram 54,4% do efetivo nacional, no ano passado. Em termos de municípios, a liderança foi exercida por São Félix do Xingu, no Pará; Corumbá e Ribas do Rio Pardo, ambos no Mato Grosso do Sul.As principais criações do país, depois de bovinos, tanto em termos de valor econômico como de produção, são as de aves e de suínos. Otávio Oliveira destacou, porém, que a PPM não levanta o valor de produção, mas a quantidade de animais existentes em 31 de dezembro de 2012. A pesquisa revela que o efetivo de galináceos alcançou 1,245 bilhão de cabeças no ano passado, com redução de 1,8% em relação a 2011. A Região Sul concentrava 49,5% do total nacional de aves.Já o rebanho de suínos somou 38,796 milhões de cabeças em 2012, mostrando queda de 1,3% no número de animais alojados, comparativamente ao ano anterior. O Brasil ocupou a quinta posição entre os maiores produtores mundiais de carne de suínos e apresentou o quarto maior efetivo dessa espécie animal. Novamente, o Sul deteve a maior participação nacional (49,5%), com destaque para Santa Catarina, com 19,3%.Apenas duas regiões mostraram aumento do efetivo de suínos. No Sudeste, o crescimento foi 1,5% e, no Sul, 0,6%. A maior queda no rebanho foi observada na Região Centro-Oeste (-7,8%).Fonte: Agência Brasil