Um painel de 12 m² com a reprodução de uma tela de Iemanjá desenhada pelo artista plástico Nonato Oliveira desapareceu na madrugada da última segunda (1º) de debaixo da ponte da avenida Frei Serafim. O local havia sido palco do evento Salve Rainha na noite anterior e a gravura fazia parte da estrutura cenográfica que tinha como tema “Rainha do Agreste”.
A estudante de Jornalismo, Renata Fortes, uma das organizadoras do evento, explica que a tela foi um presente de Nonato para o Salve Rainha. “Foi uma tela especial para o Salve Rainha. Reproduzimos no painel e colocamos lá. Havia gente até por volta das 2h. Como não temos transporte que pudesse levar, o painel acabou ficando. Na segunda de manhã, o Júnior (Araújo, também da organização) foi até lá e a Iemanjá não estava mais”, descreve.
Segundo Fortes, a suspeita é que possa ter acontecido duas coisas: “a gente imagina que alguém pegou pela arte, para si, alguém que não quer compartilhar com outras pessoas, diferente do que nós fazemos; ou alguém que só pensou no material, já que por trás dela havia uma estrutura de ferro para dar suporte”, conta.
O Salve Rainha já foi realizado em vários pontos da capital e tem como proposta agregar música, artes plásticas e visuais em um único evento. “É muito chato. Não é pelo valor em si, mas pelo valor simbólico. Você se move com uma equipe de 30 pessoas voluntárias para desenvolver todo domingo com uma estrutura e temática diferente. O dinheiro que temos é só o do bar, e o que se recebe é para gerar mais estrutura, para a gente se manter. Estamos indo atrás de apoio, mas é pouco. Isso nos faz sentir de mãos atadas. Estamos tentando lutar contra uma maré de ignorância, propor uma cultura de forma gratuita numa cidade onde não acontece nada... é algo que a gente se desestimular, mas vamos em frente”, afirmou.
Ainda não há data prevista para uma próxima edição do Salve Rainha, mas, segundo Renata Fortes, a expectativa é realizar um evento com temática junina ainda este mês.
Carlos Lustosa Filho carloslustosa@cidadeverde.com