Após desmaio de jogadoras em campo, MPT vai ajuizar ação contra a FFP e a CBF

O Ministério Público do Trabalho (MPT) no Piauí vai ajuizar uma ação contra a Federação de Futebol do Piauí (FFP) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) após o episódio em que sete jogadoras do time de futebol feminino maranhense Viana passaram mal durante a partida contra o Tiradentes, que começou às 15h, da última quarta-feira (23) no estádio Albertão.

Foto: Lucas Marreiros

De acordo com o procurador do trabalho, Edno Carvalho Moura, o MPT já estava investigando a FFP e as condições oferecidas para a prática de esportes durante os campeonatos organizados pela instituição.

"A gente já tinha uma investigação em curso e propôs para a Federação um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) em que uma das cláusulas estava justamente à mudança de horário, para que os jogos só iniciassem a partir das 16h, no primeiro semestre, e das 17h, no segundo semestre", explicou o procurador.

Dentre alguns dos pontos exigidos pelo MPT no TAC estava a presença de um médico nos estádios durante os jogos, uma estrutura de conforto para os atletas e para a comissão técnica, banheiros e ambulância dotada de equipamentos como monitor cardíaco e desfibrilador.

"A gente já tinha feito a proposta para a FFP e ela recusou, porque achou que todos esses requisitos iam tornar inviável a realização dos campeonatos. Diante dessa recusa, o MPT vai ajuizar a ação contra a Federação e agora contra a CBF, já que se tratava de um jogo de uma competição nacional", ressaltou Edno Carvalho Moura.

O procurador está preparando a ação e pretende ajuizá-la até o início da próxima semana. O MPT pretende solicitar ao juiz que determine a mudança dos horários dos jogos imediatamente.

O presidente da FFP, Cesarino Oliveira, disse que a federação sempre respeitou o TAC firmado com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e que chegou a informar a CBF do documento.

"Sempre respeitamos, não tem nenhum jogo marcado para às 15h. A competição é da CBF. Fizemos um oficio alertando deste TAC, agora diante de questões, como transmissão, a CBF teve que manter o jogo", explicou.

Lucas Marreiros (Especial para o Cidadeverde.com) redacao@cidadeverde.com