Clima é tenso na Câmara Federal após operação da PF, avaliam deputados

Deputados do Piauí avaliam que a situação do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ) ficará mais complicada após a operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta terça-feira (15). 

A PF cumpre mandados de busca e apreensão na residência oficial de Eduardo Cunha e dos ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), ambos do PMDB, além de outros políticos, a maioria do mesmo partido. A operação Catilinárias cumpre 53 mandados de busca e apreensão que são feitos em 7 Estados e no DF.

O deputado federal, Rodrigo Martins (PSB), informou que o clima na Câmara é de tensão e que a situação de Cunha se agrava com a operação da PF.

“Há uma tensão grande e complica a sua permanência no cargo. O presidente Eduardo Cunha faz manobras para adiar a votação no Conselho de Ética e hoje a Câmara é invadida pela PF e aumenta a pressão para sua saída do cargo”, disse Rodrigo Martins.

Assis Carvalho, parlamentar do PT, também admitiu que o clima era tenso e que hoje mais uma vez o presidente tentava pela oitava vez suspender a votação no Conselho de Ética.

“Tivemos uma vitória agora há pouco de 11 X 9 de não adiar mais uma vez a votação do Conselho de Ética. Agora é avaliar a votação da admissibilidade de Eduardo Cunha”, disse Assis.

O Conselho de Ética votou, na manhã desta terça-feira, o parecer sobre a admissibilidade de processo contra o presidente da Câmara por quebra de decoro parlamentar. Por 11 a nove, os deputados decidiram dar continuidade ao processo que pode cassar o mandato de Cunha.

Na rede social, o deputado Assis Carvalho publicou uma foto com a frase: “A ética venceu a chantagem e as manobras”. Ele considerou um dia histórico para a câmara. 

Para Júlio César, deputado federal do PSD, a Câmara vive situação “terrível” e insustentável. 

Um celular de Eduardo Cunha foi apreendido. Houve buscas na na diretoria-geral da Câmara, órgão responsável por fechar contratos e ordenar despesas.

Segundo a Polícia Federal, as buscas ocorrem em endereços funcionais de investigados, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos com o objetivo de "evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados".

Ainda segundo a PF, também foi autorizada apreensão de bens "que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa".

Além de Brasília, mandados de busca e apreensão contra Cunha, que é alvo em dois inquéritos por suspeita de ligação com o esquema de corrupção da Petrobras, são cumpridos em todos os endereços dele no Rio de Janeiro.

Celso Pansera é alvo de busca em Duque de Caxias (RJ), e Henrique Eduardo Alves, no Rio Grande do Norte.

Casas cercadas

A residência de Cunha –ele mora na Península dos Ministros, onde fica a residência oficial da presidência da Câmara– amanheceu cercada por diversas viaturas policiais.

Veja abaixo o nome de quem foi alvo da operação desta terça:

Aldo Guedes, que, segundo as investigações, seria ligado ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, falecido em 2014 Alexandre Santos (PMDB-RJ), ex-deputado federal Altair Alves dos Santos, que, segundo o lobista Fernando Baiano, recebeu RS 1,5 milhão para repassar a Cunha Aníbal Gomes (PMDB-CE), deputado federal Áureo Lídio (SD-RJ), deputado federal Celso Pansera (PMDB-RJ), ministro de Ciência e Tecnologia Denise Santos, chefe de gabinete do presidente da Câmara Djalma Rodrigues de Souza Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados Eduardo da Fonte (PP-PE), deputado federral Edison Lobão (PMDB-MA), senador e ex-ministro de Minas e Energia Fábio Ferreira Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, indicado por Eduardo Cunha para o cargo Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), senador Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ministro do Turismo Lúcio Funaro, doleiro que teria ligações com Eduardo Cunha Nelson Bornier (PMDB-RJ), prefeito de Nova Iguaçu e ex-deputado Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro indicado pelo PMDB para o cargo

Flash Yala Sena (Com informações do G1 e Uol) yalasena@cidadeverde.com