Cerca de seis mulheres de detentos da Casa de Custódia pararam um ônibus coletivo na frente da casa de detenção, mandaram os passageiros descer e começaram a depredar o veículo. Elas gritavam que iriam fazer rebelião fora do presídio, assim como acontecia lá dentro desde a noite de ontem(15).
De acordo com o motorista do veículo, Francisco Chair, haviam 55 passageiros que tinham como destino o Centro da cidade, na linha Vamos Ver o Sol/Miguel Rosa. Ele disse que parou porque estava com medo de “passar por cima de alguém”.
“Foi um susto muito grande. O ônibus estava lotado quando as mulheres entraram na frente e mandou parar e todo mundo descer do ônibus. Todos ficaram apavorados porque elas com pedras e pedaços de paus nas mãos. Elas gritavam: - a gente vai tocar fogo. A rebelião vai ser aqui também”, disse o motorista.
Elas quebraram os vidros com paus e pedras e tentavam tocar fogo utilizando fósforo e papel. A polícia chegou a tempo de impedir que o fogo se alastrasse no ônibus. Com a chegada dos militares do 6º Batalhão e da Rone, as mulheres correram.
As familiares dos detentos afirmaram que a depredação ocorreu para tentar impedir que tropas do Bope entrassem no presídio.
O motorista levou o ônibus para a garagem e os passageiros tiveram que esperar outro ônibus.
Famílias acampam na frente da Custódia
Os familiares contam que estão desde segunda-feira dormindo na porta da Casa de Custódia em busca de informações. Muitas levaram colchões para o local para poderem passar a noite.
Trindade Cruz, irmã de um dos presos, por tráfico e não sabe como está o irmão. "Vocês [policiais] é que são bandidos, assassinaos, desde segunda estamos aqui sem informações de nossos parentes", declarou.
Rayane Barros é esposa de um dos detentos. Ela conta que o marido está preso há dois anos e até hoje não teve audiência. "Estão matando todo mundo lá dentro. A gente está dormindo é aqui mesmo, no meio do relento, para ter alguma notícia. De madrugada, os policiais fizeram foi apontar a arma para a gente. Minha filha fica perguntando pelo pai e eu não sei o que dizer", disse.
Flash de Carliene Carpaso Redação Caroline Oliveira redacao@cidadeverde.com