Crea reprova material utilizado na construção de presídios do Piauí

No último fim de semana, mais uma fuga em massa foi registrada na Casa de Custódia em Teresina. Dessa vez, os detentos do pavilhão D conseguiram sair após abrirem um buraco em uma laje. O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI), Paulo Roberto Ferreira, aponta falhas na estrutura física dos presídios do Estado, o que segundo ele, facilita a ação dos presos. 

Baseado em uma análise superficial das imagens da Casa de Custodia, o engenheiro reprovou a estrutura física das lajes e paredes do presídio. Ele destacou a necessidade de elaboração urgente de um projeto que possa garantir a segurança dos presos e  funcionários do sistema penitenciário do Estado. 

“A laje e as paredes da Casa de Custodia são de alvenaria e isso é preocupante, pois o concreto se rompe com facilidade, bem como a remoção de barras de ferro, também fica mais fácil. O ideal seria que tudo fosse feito com concreto, que é bem mais resistente”, disse Paulo Roberto. 

O engenheiro também criticou as obras de reparo feitas de forma paliativa nos presídios. “O ideal é que o Estado abra uma licitação para contratar uma empresa que faça um projeto decente de recuperação da Casa de Custódia. Não sabemos como essas reformas emergenciais estão sendo feitas, o que pode por em risco a segurança de todos que estão lá”, alerta o presidente do Crea. 

Após o ultimo motim, que ocorreu no domingo (26), a Secretaria de Justiça do Estado do Piauí (Sejus), anunciou que as lajes da Casa de Custodia serão reforçadas com chapas de aço. Segundo o engenheiro, o procedimento é adequado. “Isso impedirá que o objeto usado para furar a laje perfure e abre um buraco, facilitando a fuga dos detentos”, finalizou o presidente. 

Presidente do Crea, Paulo Roberto Ferreira

 

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Flash Graciane Sousa (Redação Carlienne Carpaso) redacao@cidadeverde.com