Valério agora é acusado de fazer parte de uma quadrilha envolvida em fraude fiscal, extorsão e corrupção. Ele foi detido em Belo Horizonte, e levado para a carceragem da PF em São Paulo na noite desta sexta-feira (10).
?Não tem nenhuma relação com o caso do mensalão. As pessoas receberam apenas as ordens de busca e apreensão. No caso de Marcos Valério, de prisão temporária de 15 dias, numa investigação que ocorre em São Paulo, cujo teor nós não sabemos?, disse o advogado de Valério, Marcelo Leonardo.
Além de Valério também foi preso Rogério Tolentino, sócio de Valério e também processado pelo esquema do mensalão, e ainda empresários, despachantes aduaneiros, advogados, dois policiais civis e três federais da ativa, e dois agentes aposentados.
Treze pessoas foram presas em São Paulo e quatro em Minas. A PF também cumpriu 33 mandados de busca e apreensão, sendo 24 em São Paulo e oito em Minas.
Cervejaria nega contrato
A Cervejaria Petrópolis informou que não tem ?contrato de trabalho com Marcos Valério Fernandes de Souza?, que não teve acesso ao inquérito, mas que está à disposição para esclarecimentos.
Segundo a investigação da PF, o grupo agia em três frentes diferentes.
No Centro de São Paulo, um policial civil, um agente federal e um empresário descobriam empresas que deviam impostos e exigiam dinheiro para impedir fiscalizações.
Em Santos, empresários, advogados e policiais criavam empresas de fachada para fraudar importações.
A terceira frente foi uma tentativa de intimidação contra fiscais. E foi nela que surgiu o nome de Marcos Valério. A Cervejaria Petrópolis, no interior de São Paulo, foi multada em mais de R$ 100 milhões por fiscais do estado. A quadrilha teria tentado desmoralizar os responsáveis pela autuação da empresa, convencendo delegados a abrir inquérito contra eles.
Segundo a polícia, o objetivo seria facilitar o cancelamento da multa. Marcos Valério atuaria como conselheiro da cervejaria. ?Eu não poderia dizer ?o cabeça?. Ele faz a ligação entre a empresa, advogados e policiais?, afirmou o superintendente da PF-SP, Leandro Daiello Coimbra.
Durante as buscas, além de documentos e computadores, foram apreendidos R$ 500 mil. O dinheiro estava na casa de um dos advogados presos em Belo Horizonte. Neste fim de semana, a PF espera que Marcos Valério e o restante da quadrilha revelem mais informações sobre as ações criminosas. Fonte: G1